Temos o direito de saber quais restaurantes vendem carne clandestina
Na quinta-feira (2/6), publicamos uma matéria que fez o estômago de muitos brasilienses revirar. A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu quase uma tonelada e meia de carne sem procedência e prendeu os malandros que tentavam empurrar a mercadoria goela abaixo dos consumidores candangos. A carne recolhida pelas autoridades estava embalada em sacos plásticos quaisquer, […]
Lilian Tahan
atualizado
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Na quinta-feira (2/6), publicamos uma matéria que fez o estômago de muitos brasilienses revirar. A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu quase uma tonelada e meia de carne sem procedência e prendeu os malandros que tentavam empurrar a mercadoria goela abaixo dos consumidores candangos.
A carne recolhida pelas autoridades estava embalada em sacos plásticos quaisquer, sem nenhum selo indicando a origem e, pior, armazenada fora de refrigerador. Ah, sim, o produto viajou de algum abatedouro de Goiás para o Distrito Federal, no banco de trás de um carro. Tem noção do calor que anda fazendo?Pois bem. No mesmo dia da operação, a Polícia Civil informou nome e sobrenome de três pessoas envolvidas no episódio. Dois fornecedores (Maycon Rodrigo Rosa Silva e Wellington dos Anjos Moreira) e um receptador da mercadoria (Luiz Cláudio Santos).
Mas há uma informação que ainda não sabemos. Quais são os restaurantes que servem essa carne clandestina? Quando os investigadores optam por preservar meia dúzia de estabelecimentos, assumem o risco de colocar todo os outros em suspeição. Há, no DF, quase 10 mil bares e restaurantes.
Sabe-se pelas próprias informações oficiais que a carne de aparência horrorosa apreendida pela Polícia Civil abastecia estabelecimentos no Plano Piloto. Mas quais são eles?
Isso, não sabemos. Os policiais ainda não se sentem à vontade para divulgar esses endereços. Argumentam que estão no meio das investigações. Respeitamos o tempo das autoridades, mas cobraremos delas que, o quanto antes, deem nomes aos bois.
Muito mais expostos que os donos de restaurantes que compraram as carnes sem procedência estamos nós, consumidores. Mesmo que esses donos de restaurantes tenham sido enganados. Mesmo que não mereçam punição.
Até porque, os responsáveis pelo açougue clandestino que funciona em uma casa do Areal foram soltos em audiência de custódia e continuam suas atividades. O Metrópoles esteve no endereço e confirmou a ousadia.
Por isso, para que a indigestão não seja nossa, temos fome de informação. Saber quem vende a carne clandestina é importantíssimo, mas conhecer quem serve para o público parece vital.