Falar em diversidade é plantar as bases de um mundo (bem) melhor
Diversidade é o tema desta semana. Ainda bem. O assunto, que ainda provoca arrepios nas nucas conservadoras, é o mais importante do século 21, na minha modesta opinião. Minha causa não é o umbigo do mundo. Nada disso. Porém, é inegável que convivemos com várias ideias, fés e sexualidades, que precisam existir em harmonia. No […]
Luiz Prisco
atualizado
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Diversidade é o tema desta semana. Ainda bem. O assunto, que ainda provoca arrepios nas nucas conservadoras, é o mais importante do século 21, na minha modesta opinião. Minha causa não é o umbigo do mundo. Nada disso. Porém, é inegável que convivemos com várias ideias, fés e sexualidades, que precisam existir em harmonia.
No entanto, o caminho ainda é longo. Principalmente quando o tema é a diversidade sexual. Faça um teste: olhe os comentários de matérias sobre transexuais. “Só existem dois gêneros”, “Deus fez homem e a mulher”, “a biologia deixa claro, só há cromossomos XX e XY”.
Esses são os argumentos mais utilizados pelos que se recusam a entender: a diversidade é um elemento essencial para vivermos em um mundo mais harmônico. Lideranças contemporâneas começaram a perceber isso — para desgosto dos conservadores.
O Papa Francisco disse que a Igreja deve desculpas aos gays. Grandes marcas colocaram transexuais para estampar propagandas. Até a área mais machista da publicidade, o mundo das cervejas, resolveu abrir espaço para as cores LGBTs. Tudo isso, é claro, não acaba com a homofobia — que vitima uma pessoa a cada 28 horas no Brasil. Mas mostra que a diversidade, aos poucos, ganha espaços econômico, social e político.
Para derrotar o secular conservadorismo, uma pequena semente colabora muito. Quando uma propaganda de maquiagem escolhe como personagens principais homens e mulheres trans e cisgêneros, ela insere a diversidade no dia a dia — mesmo que seja uma estratégia comercial. O buzz está lá e vai fazer todo mundo pensar. O papa, ao falar sobre as imposturas da Igreja Católica, pode até não mudar as práticas milenares da instituição, mas traz o debate à tona. Provoca os fiéis que se apegam a passagens seletivas da Bíblia.
Essa semente cresce e pode gerar frutos. Um deles, por exemplo, é o excomungado Padre Beto. Em entrevista à colega Leilane Menezes, ele cravou: “Se o verbo se fizesse carne hoje, viria na pele de uma mulher, pobre, negra e lésbica, com toda certeza. O verbo se fez carne na periferia, não nasceu em Roma, que era a capital. Não era um romano que teria status e poder. Se fez gente no lugar marginalizado e se une aos marginalizados”.
Independentemente da sua religião, pense nisso. Defender a diversidade é tentar fazer o verbo se materializar em um mundo mais justo, igual e melhor. Para mim, para você, para elx.