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Menina de 4 anos precisa de uma cadeira de rodas. Vamos ajudar?

A criança, que mora em Sobradinho II, tem hidrocefalia e paralisia cerebral. Aos cuidados da avó, ela vai para a escola num carrinho de bebê

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Ana Clara
1 de 1 Ana Clara - Foto: Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

Há quatro anos, Nercina Lopes, 50 anos, foi acompanhar o nascimento das netas no interior da Bahia. Mas não sabia que sairia de lá com um bebê. A filha teve gêmeos e rejeitou uma das crianças, diagnosticada com hidrocefalia, paralisia cerebral e lábio leporino (veja glossário abaixo). Os médicos diziam que as chances de sobrevivência da recém-nascida eram pequenas. A previsão, porém, não vingou. Ana Clara se tornou a razão de viver da moradora de Sobradinho II, que agora pede ajuda para conseguir uma cadeira de rodas, já que a menina cresceu e vai para a escola num carrinho de bebê.

As duas moram na Vila Buritizinho, em Sobradinho II. Quem entra na casa simples, de alvenaria, logo percebe o carinho e os cuidados que cercam a menina. Tudo é muito limpo e funcional. O imóvel tem apenas um quarto. Nele, além do casal, dorme a neta, em uma cama hospitalar que foi doada.

Engana-se quem pensa que o clima é de tristeza na residência. A alegria e os sorrisos de Ana Clara dominam o ambiente. É impossível sair de lá sem se contagiar. O bem-estar da netinha é justificado pela dedicação exclusiva da avó. “Fico do lado dela 24 horas. É uma bênção na minha vida”, resume.

A tarefa, entretanto, não é fácil. Para cuidar da criança, Nercina precisou deixar de trabalhar como empregada doméstica. A rotina inclui preparar a comida, que tem de ser batida para facilitar a ingestão, dar remédios, vestir a menina e, de segunda a quarta-feira, levá-la a uma escolinha para alunos especiais durante a manhã, em Sobradinho. A atividade só é possível graças à ajuda de amigos e funcionários da instituição.

Com uma criança especial em casa, o orçamento da família ficou bastante comprometido. Hoje, Nercina, o marido e a neta vivem com uma ajuda financeira do governo. Insuficiente para, por exemplo, comprar uma cadeira de rodas adaptada para a menina. “Para a gente, é muito difícil. Tem dias que fico sem me alimentar direito para ela ter comida. Às vezes, peço doações para alguns conhecidos. Graças a Deus nunca faltou nada para minha menina”, relata.

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Nercina conta que até tentou conseguir uma cadeira de rodas na rede pública de saúde, mas não obteve sucesso. “Ela não consegue nem sentar. Para mantê-la ereta, seria preciso um apoio para cabeça e tronco”, explica. A avó carrega Ana Clara no colo ou em um carrinho de bebê, que mal comporta a neta. Uma cadeira especial chegou a ser doada para a família, mas o tamanho não era adequado.

O equipamento é, atualmente, o sonho de consumo da família. Porém, outra doação também seria muito bem-vinda. “Se eu tivesse uma máquina de costura, com overlock, poderia trabalhar em casa, sem tirar os olhos da minha neta”, pede a mulher que abriu mão da sua vida para cuidar da pequena Ana Clara.

Serviço:
Quem tiver vontade de ajudar a família pode entrar em contato pelo telefone 9632-2470.

Glossário:

Hidrocefalia – Acúmulo excessivo de líquido dentro do crânio, que leva ao inchaço cerebral. Os pacientes sofrem dores de cabeça, comprometimento da visão, dificuldades cognitivas, perda de coordenação motora e incontinência.

Paralisa cerebral – É uma lesão irreversível de uma ou mais partes do cérebro. Essa patologia apresenta clinicamente distúrbios da motricidade, isto é, alterações do movimento, da postura, do equilíbrio, da coordenação com presença variável de movimentos involuntários. As lesões causam retardamento.

Lábio leporino – Trata-se de uma anomalia congênita, que ocorre durante a formação do feto, em que o paciente apresenta comunicação entre a parte interna da boca e o nariz, devido à perfuração no palato, onde é possível observar o septo nasal.

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