Agefis impede ensaio de músicos na Asa Norte e internet protesta

Em grandes capitais do mundo, é comum ver músicos nas ruas, em praças e nas estações de metrô. Em Brasília, não. E quando alguém usa o espaço público, corre o risco de ser alvo de fiscais. Mesmo que seja à luz do dia e num fim de semana. Foi o que ocorreu no último sábado (21/1), quando a alegria de um ensaio carnavalesco ao ar livre terminou em constrangimento e insatisfação na 216 Norte.

De acordo com o analista de sistemas e músico amador Bruno Pedroso, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) impediu um ensaio do bloco de rua “Vai Quem Fica”, que ocorria por volta das 16h em uma praça da área comercial da quadra.

Pedroso afirma que, enquanto os músicos treinavam com os instrumentos, um agente do órgão alegou que o encontro se tratava de um evento em área pública, o que é proibido sem autorização e conhecimento prévio da Agefis.

No entanto, o analista de sistemas alega que a reunião, com cerca de 10 pessoas da banda, estava longe de ser um evento: “Era apenas um encontro de amigos. Chamei algumas pessoas para passar um som e tocar umas marchinhas de carnaval”, disse ao Metrópoles.

Multa
De acordo com Pedroso, um dos agentes da Agefis disse que, se os músicos insistissem em permanecer no local, ele chamaria especialistas do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para avaliar os decibéis dos instrumentos musicais, o que possivelmente implicaria em multa.

Por conta disso, os responsáveis pelo ensaio resolveram se afastar da área comercial, realizando o resto do ensaio num gramado da área residencial da mesma quadra. “E lá tocamos até as 20h. Vários moradores pararam para ouvir, alguns desceram com cadeirinha e chimarrão. O resto do ensaio transcorreu normalmente”, contou.

O caso foi publicado no Facebook e, até a noite desta segunda (24), havia sido compartilhado mais de 860 vezes e curtido por mais de 2 mil pessoas.

A maioria dos comentários criticou a ação dos fiscais da Agefis, mas alguns internautas defenderam a agência.

Denúncia
Por meio de nota, a Agefis confirmou que, no sábado (21), recebeu a denúncia de que “um evento estaria sendo realizado em área pública” na Asa Norte. De acordo com o órgão, os auditores foram até o local e confirmaram a realização do ensaio. Por isso, os fiscais pediram para que o grupo se retirasse daquela área.

A assessoria do órgão explica que o ensaio realmente não se enquadrava como um evento que exigia emissão de licença pela Agefis, caso de eventos com público maior que 200 pessoas. No entanto, o órgão alega que qualquer mobilização que utilize área pública deve ter autorização da administração regional da cidade, independentemente do número de participantes.