Justiça determina reintegração de posse do Morro da Capelinha
Parte da área foi cercada, o que inviabilizaria realização do evento este ano. Paróquia e vizinho brigam por propriedade da região onde é encenada a mais tradicional paixão de Cristo no DF
atualizado
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A disputa pela posse de uma área no Morro da Capelinha, em Planaltina, onde é realizada a mais tradicional Via Sacra encenada no Distrito Federal, foi parar na Justiça. A paróquia São Sebastião conseguiu a reintegração de posse contra o dono de terras vizinhas, que chegou a cercar parte da região em que são instalados o Posto de Comando Móvel e o estacionamento durante o evento.
O juiz da Vara Cível de Planaltina do Distrito Federal determinou a retirada das cercas de arame farpado no Morro da Capelinha e das áreas adjacentes. A paróquia alega ser a legítima possuidora de uma área de 77.1933 ha desde o ano de 1973. Segundo a autora, há 42 anos as festividades da Semana Santa ocorrem no local, sem qualquer obstáculo ou impedimento.Porém, durante vistoria promovida pela Defesa Civil foi constatado que parte da área usualmente destinada ao estacionamento e Posto de Comando Móvel foi cercada com arame farpado e mourões de madeira, o que inviabilizaria a realização do espetáculo.
Tutela de urgência
O magistrado reconheceu estarem presentes os requisitos para conceder a tutela de urgência, ressaltando que “é de conhecimento público a encenação da Via Sacra todos os anos no Morro da Capelinha, e que o evento reúne milhares de pessoas.
A ação foi movida contra o dono de terras vizinhas ao morro, conhecidas como Larga do Catingueiro. A gleba já havia sido disputada judicialmente. “Ainda que numa cognição exauriente se reconheça que a posse da área cercada não pertence à autora (no caso à paróquia), neste momento processual é preciso primar pela proteção do patrimônio artístico e religioso referente à encenação da Via Sacra, que não causará qualquer prejuízo ao réu”, diz o juiz.
A ação continua a tramitar no Tribunal de Justiça do DF e ainda cabe recurso. (Com informações do TJDFT)