Kerry diz que Estado Islâmico comete genocídio no Iraque e na Síria
Esse reconhecimento dos EUA é uma indicação poderosa da gravidade do caso, ainda que tenha resultados em parte apenas simbólicos
atualizado
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O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta quinta-feira (17/3) que os Estados Unidos determinaram que o Estado Islâmico está cometendo genocídio contra cristãos e outras minorias no Iraque e na Síria. Esse reconhecimento dos EUA é uma indicação poderosa da gravidade do caso, ainda que tenha resultados em parte apenas simbólicos.
A classificação, que era buscada por legisladores e grupos cristãos dos EUA, respeitou um prazo que ia até esta quinta-feira para que Kerry informasse o Congresso sobre se os eventos no Oriente Médio representam um genocídio. A Câmara dos Representantes aprovou na segunda-feira (14) por unanimidade a resolução que condenava os ataques do Estado Islâmico e os classificava como genocídio, porque eles buscariam erradicar as comunidades cristãs e outras minorias e destruir suas culturas.Kerry disse em Washington que, na avaliação dele, o Estado Islâmico “é responsável por genocídio contra grupos em áreas sob seu controle. Entre os alvos do grupo estariam cristãos, jazidis e xiitas. O secretário de Estado disse também que o grupo é responsável por “crimes contra a humanidade”, mas acrescentou que todas as alegações contra os militantes devem ser investigadas por um tribunal digno de crédito. Segundo ele, os EUA apoiarão fortemente esforços para coletar, documentar, preservar e analisar provas das “atrocidades” e será feito todo o possível para responsabilizar os autores dos crimes.
É apenas a segunda vez que o governo dos EUA conclui que há um genocídio cometido quando um conflito ainda está em andamento. Em 2004, o governo de George W. Bush determinou que a violência na região de Darfur, no Sudão, também era genocídio.
Alguns dos defensores dessa classificação argumentavam que as ações do Estado Islâmico exigem mais respostas dos EUA, com outras providências. Os grupos de refugiados, por sua vez, dizem que essa determinação ajuda o caso daqueles que fugiram do Estado Islâmico e buscam asilo nos EUA.