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Tesouro dos EUA impõe sanções a empresas ligadas a programa de mísseis do Irã

Anúncio ocorre poucas horas após Washington e Teerã terem concluído um acordo para a libertação de prisioneiros dos dois países

atualizado

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Eric Garst/U.S. Navy
Valiant Shield
1 de 1 Valiant Shield - Foto: Eric Garst/U.S. Navy

O Tesouro dos Estados Unidos anunciou a imposição de novas sanções a onze entidades ligadas ao governo iraniano, dentre as quais empresas e cidadãos, por seu suposto papel no programa de mísseis balísticos do Irã. O anúncio ocorre poucas horas após Washington e Teerã terem concluído um acordo para a libertação de prisioneiros dos dois países. “O programa de mísseis balísticos do Irã ameaça de forma significativa a segurança regional e global e continuará sendo objeto de sanções internacionais”, afirmou o porta voz do Tesouro, Adam Szubin, em comunicado divulgado neste domingo (17/1).

A primeira notificação a respeito do tema havia sido feita pelo governo de Barack Obama ao Congresso norte-americano em 30 de dezembro, informando que um grupo de companhias e cidadãos de Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e Irã seriam sancionados, em resposta ao último teste feito pelo governo do Irã, em outubro, com mísseis balísticos. Contudo, após grande pressão do governo iraniano, os Estados Unidos voltaram atrás, segundo fontes do congresso e do governo.

Representantes do governo iraniano haviam alertado que o processo de libertação de prisioneiros norte-americanos em troca de iranianos detidos pelos Estados Unidos poderia ser suspenso caso as sanções fossem levadas adiante.

No último sábado (16), porém, a Casa Branca determinou que as penalidades poderiam ser implementadas ainda que os quatro prisioneiros dos Estados Unidos fossem libertados, de acordo com porta vozes do governo norte-americano. Três dos quatro prisioneiros foram soltos na manhã deste domingo (17), segundo fontes do governo norte-americano. O outro decidiu não embarcar no voo que seguiu para a Suíça.

Sanções
As sanções do Tesouro têm como alvo duas redes ligadas ao governo do Irã e que supostamente estariam envolvidas no desenvolvimento do programa de mísseis do país. A medida proíbe cidadãos americanos ou estrangeiros de manterem negócios com uma lista de empresas do Irã. Bancos dos Estados Unidos também deverão congelar os ativos no sistema financeiro norte-americano de companhias ou cidadãos da chamada “lista negra” divulgada pelo Tesouro.

A trading Mabrooka, dos Emirados Árabes Unidos, e seu fundador Hossein Pournaghshband, foram atingidos pelas sanções por supostamente terem contribuído para que companhias estatais iranianas adquirissem fibra de carbono para o programa de mísseis do Irã. Pournaghshband também teria usado uma subsidiária em Hong Kong, Anhui Land Group, para adquirir materiais e financiar uma linha de produção de fibra de carbono.

O Tesouro sancionou ainda cinco oficiais iranianos que atuavam no Ministério da Defesa do país para a área de logística das Forças Armadas (MODAFL, na sigla em inglês) e suas subsidiárias por terem participado no programa de mísseis do Irã.

Entre as razões alegadas pelo Tesouro para impor as sanções estão supostas ligações entre o Irã e a Coreia do Norte no desenvolvimento de mísseis, incluindo a compra, pelo Irã, de componentes produzidos pela estatal norte-coreana Korea Mining Development Trading Corp, que também é sancionada pela União Europeia.

O governo norte-americano alega que Teerã enviou técnicos a Coreia do Norte nos últimos dois anos para trabalhar de forma conjunta com empresas de defesa norte-coreanas no desenvolvimento de um foguete de 80 toneladas.

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