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PP anuncia desembarque do governo e pede que membros entreguem cargos

“Não me cabe outra alternativa a não ser acatar a decisão da bancada”, afirmou o presidente da legenda, Ciro Nogueira (PP-PI)

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
plenário câmara dos deputados
1 de 1 plenário câmara dos deputados - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), anunciou na noite desta terça-feira, 12, o desembarque do partido do governo Dilma Rousseff. O dirigente disse que orientou os indicados pela legenda a entregar os cargos que possuem no governo.

Nogueira anunciou o desembarque logo após receber das mãos do líder do PP na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), o resultado da reunião da bancada da Casa realizada nesta tarde, na qual a maioria dos deputados decidiu fechar posição “majoritária” a favor do impeachment.

Dos 47 deputados do PP, 44 participaram da reunião da bancada. Desses, 31 votaram a favor do impeachment e 13 contra o impedimento de Dilma. Os outros não compareceram ao encontro, entre eles, o ex-líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE).

Na prática, a decisão da bancada do PP na Câmara não significa um “fechamento de questão”. O próprio presidente da legenda e Aguinaldo Ribeiro deixaram isso claro, ao esclarecerem que o partido não vai “perseguir ou penalizar” aqueles parlamentares que não seguirem a posição majoritária da bancada.

“Não me cabe outra alternativa a não ser acatar a decisão da bancada”, afirmou Ciro, dizendo que, até então, era contra o desembarque. Aliados dele, contudo, confirmaram que o dirigente estava ciente de todo o processo que culminou com a saída do PP da base aliada do governo Dilma.

Prova disso é que, antes mesmo de fazer o anúncio oficial, Nogueira já tinha orientado aos indicados do partido que entreguem suas cartas de renúncias dos cargos, principalmente o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e os diretores-geral do DNOCs e da Codevasf.

Ex-ministro das Cidades do governo Dilma, o líder do PP sinalizou que deverá mudar de posição e passará a votar a favor do impeachment no plenário. “Sou líder de uma bancada, tenho que acompanhar”, afirmou. Ontem, Aguinaldo tinha votado contra o parecer pró-impeachment na comissão especial da Câmara.

Desde cedo, o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, já tinha mostrado que Ciro Nogueira estava reavaliando o apoio do PP ao Planalto, após sinais emitidos pelo PR e PSD de fraqueza no apoio ao governo Dilma. Até então, havia um acordo entre a direção dos três partidos de permanecer juntos na base aliada.

Ontem, contudo, o deputado Maurício Quintella (AL) deixou a liderança do PR para votar a favor do impeachment. Segundo o parlamentar, cerca de 25 dos 40 deputados da sigla devem acompanhá-lo. Já o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), votou a favor do parecer pró-impeachment na comissão especial.

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