Merkel mantém política de refugiados, após perda em eleição estadual
A chanceler da Alemanha disse que o governo precisa “ganhar de volta a confiança” de um público que ela reconheceu que tinha perdido um pouco a confiança na capacidade para enfrentar os desafios que do país
atualizado
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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, não sinalizou nenhuma mudança política depois de uma derrota sem precedentes de seu partido em uma eleição estadual no domingo (4/9).
Embora a perda tenha refletido o descontentamento público com a sua política de refugiados, Merkel disse que ela agiu para reduzir o fluxo de imigrantes nos últimos meses – o que incluiu a negociação com a Turquia para impedir o fluxo de imigrantes – mas evitou fixar um limite para o número de imigrantes autorizados a entrar na Alemanha.
Merkel disse que o governo alemão precisa “ganhar de volta a confiança” de um público que ela reconheceu que tinha perdido um pouco a confiança na capacidade de Berlim para bater de frente os desafios que o país enfrenta.
“Eu acredito que as decisões fundamentais que fizemos nos últimos meses foram boas, mas temos muito a fazer para ganhar de volta a confiança”, disse Merkel à margem da reunião do G-20 em Hangzhou, na China. O governo precisa mostrar que está resolvendo os problemas que os alemães enfrentam, disse ela, incluindo a integração dos mais de um milhão de requerentes de asilo que chegaram desde o início do ano passado.Pela primeira vez em uma eleição, o partido anti-imigração de direita, Alternativa para a Alemanha (afD) ganhou mais votos que o partido de centro-direita da chanceler Angela Merkel, União Democrata-Cristã (CDU) neste domingo, na região de Mecklemburgo-Antepomerania, no nordeste do país, de acordo com a última projeção dos votos. O partido de centro-esquerda social-democrata (SPD) ganhou a maioria dos votos na região, com 30,5%, mostraram as projeções iniciais da Infratest Dimap, após o fechamento das urnas. O líder do partido no estado, Erwin Sellering, deve continuar seu governo como primeiro-ministro da região. O anti-imigração afD, de apenas 3 anos de existência, deve ficar com 21% dos votos e o CDU de Merkel 19% – o pior resultado para o partido em Mecklemburgo-Antepomerania, estado e reduto político de Merkel.
O resultado levou o afD ganhar assentos em nove dos 16 parlamentos estaduais da Alemanha, ganhando força para as eleições nacionais, que ocorrem em setembro de 2017. “No longo prazo, queremos governar neste país”, disse o co-presidentedo partido, Jörg Meuthen nesta segunda-feira.