Merkel visita Turquia para discutir redução no fluxo de imigrantes para Europa
Alemanha recebeu 1,1 milhão de pessoas no ano passado que pediram asilo, muitas delas fugindo de conflitos na Síria, no Iraque e no Afeganistão
atualizado
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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se reuniu nesta segunda-feira (8/2) com o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, para discutir maneiras de se reduzir o número de imigrantes e refugiados na Europa.
A Turquia, um país crucial na rota dos imigrantes para a Europa, é central para os esforços diplomáticos de Merkel para reduzir o fluxo. A Alemanha recebeu 1,1 milhão de pessoas no ano passado que pediram asilo, muitas delas fugindo de conflitos na Síria, no Iraque e no Afeganistão.
Em mensagem semanal de vídeo divulgada no sábado (6), Merkel disse que os países da União Europeia concordam que é preciso proteger melhor as fronteiras externas e que por isso ela busca um acordo com a Turquia. Ela acrescentou que, se a Europa quer impedir o tráfico de pessoas, “nós precisamos estar preparados para receber cotas de refugiados legalmente e enfrentar nossa parte da tarefa”. Segundo ela, a Europa não pode se afastar totalmente deste assunto.A Turquia enfrenta a pressão da UE para abrir suas fronteiras para até 35 mil sírios que se concentram na fronteira nos últimos dias, em fuga da violência em seu país de origem. A Turquia, onde já vivem 2,5 milhões de refugiados da Síria, disse que já não tem capacidade para receber mais refugiados, mas indicou que continuará a dar refúgio aos que precisam.
Em novembro, a Turquia concordou em enfrentar as redes de tráfico de pessoas e a ajudar a coibir a imigração irregular. Em troca, a UE se comprometeu a dar ao país 3 bilhões de euros (US$ 3,3 bilhões) para ajudar a melhorar a condição dos refugiados, e a dar concessões políticas à Turquia, entre elas a retirada de algumas restrições para visto e acelerar seu processo de entrada na UE. Desde então, a Turquia começou a exigir que os sírios que chegam de terceiros países peçam visto, em uma tentativa de excluir aqueles que desejam continuar e chegar à Grécia.
A Turquia concordou em conceder permissões de trabalho para sírios, para incentivá-los a ficar no próprio território turco. Também anunciou planos para reforçar a Guarda Costeira e designar o tráfico de pessoas como uma modalidade de crime organizado, o que resultaria em punições mais duras.