Cameron anuncia que deixará cargo de primeiro-ministro do Reino Unido
Decisão foi tomada após o país ter votado pela saída da União Europeia em plebiscito histórico realizado ontem
atualizado
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O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou que irá deixar o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, após o país ter votado pela saída da União Europeia em plebiscito histórico realizado ontem.
Cameron afirmou que poderá permanecer no posto pelos próximos três meses, deixando a cadeira em outubro, quando acontece a conferência anual de seu partido.
“Eu irei fazer tudo que puder como primeiro-ministro para firmar o navio durante as próximas semanas e meses, mas eu não acho que seria certo para mim tentar ser o capitão que orienta nosso país para seu próximo destino”, disse em pronunciamento, acrescentando que irá participar da cúpula da União Europeia na próxima semana para explicar sua decisão.
Ele ainda destacou que o plebiscito foi um “exercício gigante de democracia” e que a vontade do povo britânico deve ser respeitada. “Não pode haver dúvidas sobre o resultado do plebiscito”, pontuou. “Há momentos em que é certo perguntar para as pessoas o que elas querem.”
A economia britânica, segundo Cameron, é forte. Ele ainda ressaltou que será assegurado aos britânicos que vivem na União Europeia e aos europeus no Reino Unido nenhuma mudança a princípio.
Resultado
A apuração dos votos do plebiscito no Reino Unido terminou por volta das 7h no horário local (3h no horário de Brasília) e revelou vantagem do Brexit de 1,269 milhão de votos. De acordo com dados finais da Comissão Eleitoral, a campanha pela saída do grupo europeu venceu com 17,410 milhões de votos, ou 51,9% do eleitorado.
O grupo que defendia a permanência do país na União Europeia teve 16,141 milhões de votos, ou apoio de 48,1% do eleitorado. O comparecimento às urnas ficou em 72% entre os cerca de 46,5 milhões de eleitores registrados para a votação. O voto não é obrigatório no Reino Unido.
Alemanha
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia é uma notícia decepcionante. “Parece que hoje é um dia triste para a Europa e para o Reino Unido”, disse Steinmeier.
Itália
O Ministério da Economia da Itália disse que o sistema bancário do país “permanece sólido”, e qualquer efeito da votação do Reino Unido para sair da União Europeia sobre a economia italiana será “limitado”.
Em um comunicado divulgado hoje, o ministério disse que o ministro da Economia, Pier Carlo Padoan, tinha presidido uma reunião de um grupo de autoridades financeiras italianas, incluindo o presidente do Banco Central da Itália, Ignazio Visco.
Após a votação do Reino Unido para deixar a União Europeia, o grupo analisou a situação e viu que os “fundamentos do sistema bancário permanecem sólido”, uma vez que o programa de compra de títulos do Banco Central Europeu tem proporcionado estabilidade ao mercado italiano da dívida soberana.
Portugal
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, disse que lamenta profundamente a saída do Reino Unido da União Europeia. “Em primeiro lugar, lamentamos profundamente, mas respeitamos a decisão do povo britânico. Hoje é um dia triste, é um mau dia para a Europa, mas a Europa tem de seguir em frente”, disse à Lusa o ministro.
Silva afirmou ainda que confia nas negociações entre a União Europeia e o Reino Unido para assegurar os interesses dos europeus que residem e trabalham no Reino Unido. Ele disse também que é preciso prudência durante o processo de transição, que deve levar pelo menos dois anos.
“Devemos ser muito claros. O lugar de Portugal é a Europa, é a União Europeia, não há nenhuma dúvida sobre isso, essa é a nossa escolha”, disse o ministro. Com informações da Agência Brasil