Suíça repassa aos EUA detalhes das contas de Ricardo Teixeira
A iniciativa faz parte da cooperação entre Berna e Nova York na operação sobre a corrupção na Fifa
atualizado
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A Procuradoria Geral da Suíça repassou às autoridades norte-americanas detalhes sobre contas bancárias controladas por Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. No total, os suíços anunciaram que enviaram dados sobre 50 contas em dez diferentes bancos. A Suíça ainda bloqueou US$ 80 milhões em 13 contas pertencentes a diversos cartolas atendendo a um pedido dos Estados Unidos. O valor do dinheiro bloqueado em nome do brasileiro não foi revelado.
A iniciativa faz parte da cooperação entre Berna e Nova York na operação sobre a corrupção na Fifa. Parte das contas envolvia ainda Nicolas Leoz, ex-presidente da Conmebol.
Segundo documentos obtidos pela reportagem, o FBI identificou contas controladas por Teixeira em pelo menos três bancos: o UBS, o Banca del Gottardo e o BSI, comprado neste ano pelo brasileiro BTG Pactual. Em apenas duas dessas contas, um total de US$ 800 mil foram transferidos de contas nos Estados Unidos para a Suíça, envolvendo a Somerton, empresa controlada pelo também brasileiro José Margulies. Ele é suspeito de agir como “testa de ferro” para o empresário J. Hawilla e realizar os pagamentos de propinas para dirigentes do futebol mundial. A empresa de fachada de Hawilla, portanto, também teria abastecido as contas suíças de Teixeira.
A suspeita do FBI é de que Teixeira usaria um nome de fachada para não ter sua identidade revelada. Mas aparecia como beneficiário das contas. O “laranja” seria Willy Kraus, dono da Kraus Corretora de Câmbio, no centro do Rio.
Em uma das transações suspeitas, o FBI registrou como a empresa Blue Marina, com contas nos Estados Unidos, pediu para transferir seus ativos para a Suíça. No dia 25 de setembro de 2008, a conta em território americano foi fechado e o dinheiro enviado a uma conta de Kraus, na Banca del Gottardo. O valor transferido era de US$ 478,2 mil. Outro nome registrado pelos americanos era a da sociedade Summerton, usada também pelo dirigente. Para o FBI, Teixeira mantinha o “efetivo controle” sobre essas contas.