Rafa relembra dificuldades após Londres-2012 e celebra volta por cima
Ouro olímpico de Rafaela Silva é uma vitória também da superação. A judoca sofreu preconceito, foi discriminada e viu sua vida virar de ponta-cabeça
atualizado
Compartilhar notícia
O ouro olímpico de Rafaela Silva é uma vitória também da superação. A judoca sofreu muito após os Jogos de Londres-2012, quando foi eliminada na segunda luta por desclassificação. Sofreu preconceito, foi discriminada e viu sua vida virar de ponta-cabeça. “Sofri muito depois da derrota em Londres, até pensei em desistir. Nesse ciclo, ninguém treinou mais que eu. Não tive bons resultados nos dois últimos anos, mas me preparei muito”, contou.
Mas parece que tem uma certa magia em lutar em casa. Ela tinha sido campeã mundial em 2013, também no Rio, e nesta segunda-feira (8/8), ao vencer Sumiya Dorjsuren, da Mongólia, na categoria até 57 kg, conquistou o tão sonhado ouro olímpico.
“A torcida estava ajudando bastante, sabia que não podia decepcionar essas pessoas. Entrei na competição desacreditada, mas sabia que podia vencer. E a torcida me ajudou a chegar a isso”, afirmou.
A judoca lembra que após viver o pior momento de sua vida após os Jogos de Londres, encontrou forças para dar a volta por cima. “Treinei tudo o que podia nesse ciclo e muitas vezes saía dos treinos chorando. Eu queria a medalha”, disse, mostrando toda a determinação de uma jovem que teve muitas dificuldades na infância.
Ela cresceu em Cidade de Deus, uma comunidade carente na zona oeste do Rio, e agora mostrou que sua escolha pelo esporte foi acertada. “Uma criança que saiu da comunidade e que, com 5 anos, começou a fazer judô como brincadeira, é hoje campeã olímpica e mundial. Eu só tenho a agradecer a todo mundo. Treinei muito. Se eu puder servir de exemplo para as crianças da comunidade, como eu saí, é o que eu tenho para passar no judô”, confessou.