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Jogos de times nacionais no DF aumentam temor de confronto de torcidas

Ministério Público do DF alertou para possíveis brigas e PM afirma aumentar o efetivo durante as partidas

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Torcedores
1 de 1 Torcedores - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com o Maracanã fechado para jogos de futebol desde janeiro, o Estádio Mané Garrincha virou uma opção para partidas dos times cariocas. Não à toa, a arena brasiliense passou a ser a segunda casa do Flamengo. Só em 2016, o local recebeu um Fla x Flu e um duelo do rubro-negro contra o Vasco, além de rodadas decisivas da Primeira Liga. O aumento de partidas entre times com grandes torcidas organizadas acendeu o alerta para confrontos no Distrito Federal.

Em São Paulo, no começo do mês, uma pessoa foi morreu devido a essas brigas. “Este ano, muitos jogos nacionais devem acontecer em Brasília, precisamos pensar no que fazer antes que os problemas apareçam”, afirmou o promotor Paulo Binicheski, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Apesar do alerta do Ministério Público, o tema ainda não chegou à agenda de preocupações das autoridades. Ao ser questionada, a Policia Civil do DF passou a responsabilidade para a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social. A pasta afirmou, por meio de nota, que não tem esses dados disponíveis.

Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo
Reunião na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo determinou torcida única nos próximos jogos

A Polícia Militar, procurada pela reportagem, informou que está sempre de olho nas torcidas do DF como a Torcida Jovem do Flamengo, Torcida Facção Brasiliense (Taguatinga), Torcida Ira Jovem do Gama (Gama), Torcida Raça Alvinegra (Sobradinho), Torcida Raça Ceilandense (Ceilândia) e Torcida Organizada Gato Cruel (Ceilândia). O Organizadas Brasil, principal site das torcidas organizadas brasileiras, cita ainda a Força Azul Luziânia.

Segundo a PM, os principais problemas envolvendo organizadas são as brigas, luta corporal generalizada e o dano ao patrimônio público. “Salientamos, contudo, que essa prática ocorre de forma isolada e não corriqueira”. A corporação lembra que a última ocorrência registrada foi no dia 21/02, durante a partida entre os times Fluminense e Flamengo, no estádio Mané Garrincha- quando um do torcedores do rubro-negro teria apontado um revólver em direção aos rivais.

Durante os grandes jogos, a PM costuma aumentar o efetivo. “O emprego do policiamento varia de acordo com os times envolvidos e problemas anteriores relacionados às respectivas torcidas organizadas. No último jogo Flamengo e Vasco, por exemplo, a Polícia Militar empregou um efetivo de 263 policiais, 7 viaturas, 3 Bases Móveis, 12 motos e um Comando Móvel. A PMDF também emprega efetivos das tropas especializadas: Batalhão de Choque, Regimento de Policiamento Montado, Batalhão de Policiamento de Trânsito e Rotam”, informou a corporação.

Torcida única é solução?
Em São Paulo, após o confronto que levou a morte de um homem de 60 anos, o Ministério Público paulista determinou que todos os clássicos terão torcida única. O problema é que, para especialistas, a medida não resolve o problema, pois a maioria dos confrontos acontece longe dos estádios.

A briga que levou o MP a tomar a medida drástica ocorreu em São Miguel Paulista, há aproximadamente 35 km do Estádio do Pacaembu. Para a socióloga Heloísa Baldy Reis, falta planejamento para lidar com o problema.

 

AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Torcedores do Flamengo invadiram CT do clube

A especialista cobra mais atitudes do poder público para a identificação e punição dos criminosos, além do trabalho de inteligência para prevenir novas brigas. Para ela, a impunidade aumenta o número dos confrontos. Vale lembrar que um dos 60 detidos nas brigas São Paulo, era Helder Alves Martins, de 20 anos, que confessou ter disparado o sinalizador que matou um garoto de 14 anos, em 2013, na Bolívia, durante partida da Libertadores.

O promotor paulista Paulo Castilho, ex-Diretor de Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, defende que a solução virá apenas quando essas organizações forem extintas. “Eu tentei por mais de 10 anos a conscientização, a cultura de paz. Mas hoje as torcidas não têm mais o propósito de quando foram criadas. O Brasil inteiro quer a extinção, esse modelo atual deve acabar e acharmos um novo modelo mais transparente e seguro”, afirmou por telefone.

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