Torcedor do Flamengo agredido no Mané Garrincha espera leito em UTI
Familiares de Evandro Gatto, internado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), buscam uma solução na Justiça
atualizado
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Os familiares do torcedor do Flamengo, agredido durante uma partida de futebol no estádio Mané Garrincha, enfrentam um problema já conhecido pro muitos brasilienses: a falta de leitos em unidades de Tratamento Intensivo (UTI) nos hospitais do Distrito Federal.
O flamenguista Evandro Gatto, 48 anos, está internado desde o domingo (5/6), dia da agressão, na Unidade de Suporte Avançado de Trauma, uma semi-UTI do Hospital de Base (HBDF). Porém, devido ao seu estado clínico, seria necessária a transferência do paciente para a UTI. Entretanto, assim como outras 73 pessoas (sendo 11 crianças), segundo reconhece a própria Secretaria de Saúde, Gatto está na fila para conseguir a vaga.A família, que veio do Rio de Janeiro para acompanhar o caso, afirma que já entrou na Justiça para conseguir a internação na UTI. Segundo a Defensoria Pública, 801 casos semelhantes foram registrados no DF em 2015.
A Secretaria de Saúde informou que o paciente está inserido no Sistema de Regulação da Secretaria de Saúde, classificado como prioridade 1 (máxima urgência). A transferência, porém, depende da liberação de um leito de UTI. Ainda segundo a pasta, estado de Gatto é grave, porém estável, sem previsão de alta e que ele conta com companhamento permanente da equipe de trauma, além de enfermeiros e técnicos de enfermagem.
A ocupação dos leitos na rede pública obedece a critérios seguidos pelo Sistema de Regulação, que classifica o paciente em prioridades 1 a 4, estabelecidas pelo Protocolo de Regulação de UTI de acordo com a gravidade do caso. O paciente é direcionado a leito disponível nos hospitais públicos ou na rede contratada pela Secretaria nos hospitais privados. Atualmente, o sistema público conta com 406 leitos de UTI, sendo 357 próprios e 49 contratados de hospitais particulares.
Briga entre torcidas
O estado grave de Gatto é decorrente de uma briga generalizada ocorrida durante o jogo entre Flamengo e Palmeiras, no estádio Mané Garrincha. Durante o intervalo da partida, torcedores do time paulista tentaram invadir a área destinada a torcida adversária.
No confronto, cerca de 30 palmeirenses espancaram Gatto, que teve de ser levado imediatamente ao hospital. A Polícia Militar teve de usar spray de pimenta para apartar a briga e os agressores foram levados à delegacia. Os suspeitos, porém, não ficaram detidos porque não houve flagrante, segundo informou a Polícia Civil. No decorrer das investigações, os envolvidos podem ser indiciados pelos crimes que ainda serão apurados.
Não foi a primeira vez que Gatto esteve envolvido em brigas de torcidas. Em junho de 2015, ele já havia sido detido após um confronto na Arena Pantanal, em Cuiabá, em um jogo do rubro-negro contra o Vasco. (Com informações do Jornal de Brasília)