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Licenciado da CBF, Del Nero mantém salário em comitê da Copa do Mundo

Criado em 2008 para organizar e realizar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, a previsão era que o COL fosse “dissolvido e liquidado” em até 18 meses após o fim do Mundial

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Marco Polo Del Nero
1 de 1 Marco Polo Del Nero - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Marco Polo Del Nero está licenciado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde o início do mês, mas não abriu mão da presidência do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, onde continua recebendo salário de R$ 110 mil. O comando do órgão é atrelado à presidência da CBF, mas o dirigente não repassou o cargo para o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), indicado por ele para ficar apenas com a presidência da entidade que comanda o futebol nacional.

Mesmo fora da CBF, Del Nero poderá continuar recebendo salários do COL por até três anos. Esse é o período do seu mandato como presidente do órgão, de acordo com Contrato Social registrado no dia 15 de maio na Junta Comercial do Rio e ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.

Desde maio, quando estourou o escândalo de corrupção na Fifa, Del Nero vem perdendo força e cargos. Antes de pedir licença da CBF, no último dia 3, o cartola já havia entregado o cargo que ocupava no Comitê Executivo da Fifa. Com relação ao COL, no entanto, o dirigente optou por continuar com a cadeira de presidente do órgão.

COL
Criado em 2008 para organizar e realizar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, a previsão era que o COL fosse “dissolvido e liquidado” em até 18 meses após o fim do Mundial.

O prazo encerra-se no próximo dia 14, mas há uma ressalva no contrato que permite ao comitê funcionar por tempo indeterminado A mesma cláusula do texto que estabelece o prazo de duração diz que o órgão só será finalizado “desde que tenha concluído todas as suas atividades e obrigações”.

Hoje, o COL conta com 13 funcionários, entre eles Del Nero, e não há previsão para o fim das suas atividades. O comitê, que em julho de 2014 chegou a contar com mais de 1.200 funcionários, hoje restringe as suas atividades à realização de pagamentos, reuniões e audiências e à prestação de contas à Fifa, responsável por financiar todas as contas da organização.

A sede também mudou de um amplo espaço no Riocentro para apenas duas salas comerciais na Barra da Tijuca, localizadas a menos de dois quilômetros do prédio da CBF na zona oeste do Rio.

A CBF é sócia majoritária do órgão com 99,99% das cotas e o presidente da entidade tem 0,01%. O primeiro presidente do COL foi Ricardo Teixeira, que comandou a empresa de junho de 2008 até março de 2012. Quando Teixeira renunciou à presidência da CBF, José Maria Marin assumiu os dois cargos e permaneceu até o dia 17 de abril deste ano. Eleito presidente da CBF, Del Nero também passou a acumular de imediato a presidência do COL.

Ao tomar posse no órgão, inclusive, o dirigente aprovou, sem ressalvas, as contas e ratificou todos os atos de gestão praticados por Marin. A assinatura de ambos consta no Contrato Social do COL.

Marin está em prisão domiciliar nos Estados Unidos acusado de receber propina em negociações da Copa América e suborno em contratos da Copa do Brasil. Também há suspeita de que Marin tenha se beneficiado ilegalmente de acordos comerciais da Copa do Mundo.

Já Del Nero é acusado pelo FBI de corrupção e é investigado pela CPI do Futebol no Senado e também pelo Comitê de Ética da Fifa.

COL confirma ‘gestão inalterada’
O COL confirma que Marco Polo Del Nero continua na presidência do órgão e recebe salário para exercer a função. “A gestão do COL segue inalterada desde 17 de abril de 2015. Os cargos de direção do COL são remunerados”, diz trecho de nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo.De acordo com a assessoria do comitê, a empresa só será fechada depois de encerradas as ações que estão tramitando na Justiça. “O COL encontra-se atualmente em processo de desmobilização, sendo que o prazo final para o seu encerramento ainda não foi definido, dependendo, em especial, do andamento dos processos administrativos e judiciais em curso.”

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