Infantino contradiz CAF e diz ter maioria dos votos da África na eleição da Fifa
A previsão vai de encontro às declarações oficiais da Confederação Africana de Futebol (CAF), que anunciou apoio total ao xeque Salman bin Ibrahim Al Khalifa
atualizado
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Tentando exibir força às vésperas da eleição da Fifa, o suíço Gianni Infantino afirmou nesta segunda-feira (22/2) que conta com a maioria dos votos da África, apesar de a Confederação Africana de Futebol ter oficializado apoio ao rival Salman bin Ibrahim Al Khalifa. Ele contradisse a entidade em visita à Cidade do Cabo, na companhia do sul-africano Tokyo Sexwale.
“Eu vou causar impacto na África. Terei a maioria dos votos africanos”, disse o secretário-geral da Uefa, em uma visita à Ilha Robben, onde Nelson Mandela esteve preso na época do apartheid – Infantino foi acompanhado de Sexwale, que também foi detido na famosa ilha.A previsão vai de encontro às declarações oficiais da Confederação Africana de Futebol (CAF), que anunciou apoio total ao xeque do Bahrein. O suporte, contudo, já foi contestado por liderança africanas. Três dias depois do anúncio, o presidente da Associação de Futebol da Libéria, Musa Bility, declarou que metade das associações africanas iria votar no príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein.
“A CAF não me respaldou, mas estou confiante porque tive diversas interações individuais com líderes locais”, disse Infantino, sem revelar o nome das autoridades africanas com quem teve contato nos últimos meses. “Eu visitei muitos países e passei um bom tempo com várias associações, mais do que qualquer outro candidato.”
Se levar ao menos metade dos votos africanos (ou 27 dos totais 54 votos do continente), Infantino deve ficar em situação muito favorável para vencer as eleições. Ele já conta com o apoio das associações da Europa (53), da Concacaf (35) e da Conmebol (10), que inclui o voto da CBF.
Os cinco candidatos à presidência da Fifa disputam votos de 209 federações associadas à Fifa, para substituir o suíço Joseph Blatter no cargo de presidente. Para ser eleito, o candidato deve ter dois terços dos votos na primeira votação. Caso isso não aconteça, o que é o mais provável, haverá nova disputa, desta vez contando somente com os dois mais votados no primeiro turno.
“Qualquer eleição é imprevisível, mas quando você passa muito tempo com as pessoas você consegue saber quem está falando a verdade. Eu tenho algo concreto para oferecer à África”, disse o suíço, que entrou na eleição para substituir o francês Michel Platini e agora tem boas chances de se tornar o novo presidente da Fifa.
Na companhia de Infantino, Tokyo Sexwale indicou que estaria perto de um acordo com Infantino antes da eleição de sexta-feira (26/2). O sul-africano, que convidou todos os oponentes para uma visita na Cidade do Cabo, mas só teve retorno positivo do suíço, afirmou nesta segunda está aberto a negociações.
“O que é importante para mim é que estou entre os cinco candidatos. Mas também sou realista e estou aberto a negociações e alianças”, declarou o sul-africano, que tem poucas chances na eleição de sexta. Um dos líderes do futebol africano, Sexwale poderá se tornar protagonista do pleito ao levar votos para Infantino.