Após derrota para Chile, Messi afirma que encerra carreira na seleção
“É para o bem de todos. Não estamos satisfeitos com chegar à final e não ganhar. Eu tentei muito ser campeão com a Argentina. Não deu”, disse o astro do Barcelona
atualizado
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Decepcionado com a sétima vez que falhou vestindo a camisa da seleção argentina, o craque Leonel Messi, 29 anos, disse na madrugada desta segunda-feira (27/6), após a derrota para Chile na Copa América, que não joga mais pela equipe. “É muito difícil, é um momento duro para qualquer análise. No vestiário pensei que a seleção acabou para mim, não é para mim”, afirmou o jogador na zona mista do estádio em Nova Jersey, nos EUA.
O astro do Barcelona perdeu um pênalti que foi crucial para o placar final. Messi foi o primeiro a bater pela Argentina logo depois que o Chile havia desperdiçado a cobrança. O argentino poderia ter colocado a Argentina na frente e dado confiança para os próximos batedores.“É para o bem de todos. Não estamos satisfeitos com chegar à final e não ganhar. Eu tentei muito ser campeão com a Argentina. Não deu”, completou. Nas Copas do Mundo, o atacante perdeu em 2006, 2010 e 2014. Na Copa América já foram quatro decepções —2007, 2011, 2015 e 2016.
Goleiro da seleção, Sergio Romero acredita que a afirmação do companheiro de equipe foi um impulso. “Creio que Leo [Messi] falou no calor do momento, porque nos escapou uma clara possibilidade”, disse. “Trataremos de levantar a cabeça e estar inteiros paro o que vier. Não penso na seleção sem Messi”, finalizou.
Pela seleção Argentina, Messi fez 113 partidas e marcou 55 gols. Nesta Copa América Centenário, o jogador se tornou o maior artilheiro da história da Argentina, ultrapassando Batistuta.
Chile bicampeão
O Chile repetiu o feito da Copa América do ano passado, quando após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação venceu a disputa por pênaltis por 4 a 1 e conquistou o título continental pela primeira vez na história nesse domingo (26/6). Agora, comemora o bicampeonato.
A expressão de espanto e desespero de Messi após ver Silva converter a penalidade que garantiu o bicampeonato do Chile diante de 82.026 pessoas no estádio MetLife, em Nova Jersey, deu a dimensão da decepção do craque argentino. Após fazer uma excelente Copa América, foi discreto e, para piorar, ainda vai ficar marcado pela perda do pênalti.
A Argentina continua na fila de 23 anos sem títulos com a seleção principal. Desde 1993, quando conquistou a Copa América disputada no Equador, não sabe o que é ser campeã.
O Chile, por seu lado, se firma como uma potência do futebol sul-americano. E consolida a geração considerada a melhor da história do futebol do país, onde se destacam Arturo Vidal, Alexis Sanchez, Vargas e até jogadores que sobressaem pela raça, como Medel.
No domingo, o primeiro tempo foi marcado por um domínio argentino, mas, sobretudo, por muitas jogadas ríspidas e algumas violentas, de ambos os lados. A Argentina, liderada por Messi e com time melhor tecnicamente, criou mais chances. O Chile pouco incomodou.
A grande chance da Argentina na etapa caiu nos pés de Higuaín. E ele voltou a perder um “gol feito”, como ocorreu nas duas finais anteriores que sua seleção disputou. O atacante ficou na cara de Claudio Bravo após um vacilo de Mendel, que falhou no domínio de uma boa recuada em sua direção. Higuaín penetrou livre, tentou tirar do goleiro, mas acabou tocando para fora, à direita da trave.
Na final da Copa do Mundo de 2014, que a Argentina perdeu para a Alemanha por 1 a 0 no Maracanã, Higuaín perdeu um gol na frente de Neuer – chutou para fora -, após erro de Kroos. No ano passado, na decisão da Copa América do Chile, desperdiçou chance incrível ao chutar no lado de fora da rede, sem goleiro, após passe de Lavezzi.
Expulsões
Na decisão desse domingo, as duas seleções terminaram o primeiro tempo com 10 jogadores. O brasileiro Heber Roberto Lopes expulsou o chileno Diáz aos 28 minutos, pelo segundo cartão amarelo, após falta em Messi; aos 42, deu cartão vermelho direto para o lateral-esquerdo Rojo, por falta dura em Arturo Vidal.
O Chile, que não havia concluído uma vez sequer contra o gol argentino na primeira etapa, voltou mais atrevido para o segundo tempo. Criou algumas chances, mas, ainda assim, a Argentina levava mais perigo.
A partir da metade da etapa, porém, o jogo ficou mais equilibrado, com as duas equipes mais precavidas. A Argentina, porém, começou a dar sinais de desgaste físico. O Chile, então, passou a atacar com maior intensidade. A prorrogação foi emocionante, com uma chance clara de gol para cada equipe.
Na disputa de pênaltis, cada seleção falhou na sua primeira cobrança: Vidal parou em Romero e Messi isolou a bola. O Chile acertou os três pênaltis seguintes e a Argentina converteu dois. No terceiro, Bravo defendeu a cobrança de Biglia. Silva, então, converteu o quinto pênalti chileno, para desespero da Argentina do Chile e de Messi, e nova festa do Chile. (Com informações da Agência Estado e jornal Folha de S. Paulo)
FICHA TÉCNICA
ARGENTINA 0 x 0 CHILE (2 x 4 nos pênaltis)
ARGENTINA – Sergio Romero; Mercado, Otamendi, Funes Mori e Marcos Rojo; Mascherano, Banega (Lamela), Biglia e Di María (Kranevitter); Higuaín (Agüero) e Messi. Técnico: Gerardo Martino.
CHILE – Claudio Bravo; Isla, Medel, Gonzalo Jara e Beausejour; Marcelo Díaz, Aránguiz e Vidal; Fuenzalida (Edson Puch), Vargas (Nicolás Castillo) e Alexis Sánchez (Francisco Silva). Técnico: Juan Antonio Pizzi.
ÁRBITRO – Heber Roberto Lopes (Brasil).
CARTÕES VERMELHOS – Marcos Rojo (Argentina); Marcelo Díaz (Chile).
CARTÕES AMARELOS – Mascherano, Messi e Kraneviter (Argentina); Beausejour, Aránguiz e Vidal (Chile).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 82.026 espectadores.
LOCAL – MetLife Stadium, em East Rutherford (Estados Unidos).