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Esquema na CBF entre Del Nero, Marin e Teixeira recebeu R$ 120 milhões de propinas

Os três últimos presidentes da CBF montaram um esquema corrupto que arrecadou valores milionários em subornos

atualizado

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José Cruz/Agência Brasil
CBF Ricardo Teixeira
1 de 1 CBF Ricardo Teixeira - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Marco Polo del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira — os três últimos presidentes da CBF — montaram um esquema corrupto que arrecadou pelo menos R$ 120 milhões em propinas. Investigações lideradas pelo FBI apontaram que eles cobraram uma espécie de “pedágio” para cada empresa que procurava a entidade com a meta de fechar acordos de transmissão ou de exploração de marketing.

À reportagem, fontes próximas à investigação nos Estados Unidos indicaram que os valores manipulados pelos brasileiros estão entre os maiores do escândalo que sacode o futebol mundial. O que impressionou os investigadores do FBI é o caráter sistemático das propinas cobradas. No documento emitido pelo Departamento de Justiça, o envolvimento dos três cartolas é resumido em uma frase: “Eles conspiraram de forma intencional para fraudar a CBF”.

Os investigadores revelam que o esquema criou uma situação em que acordos comerciais mais vantajosos para o futebol deixaram de ser assinados. A opção era sempre por empresas que estivessem dispostas a pagar propinas. As vítimas, segundo o FBI, foram a CBF e o futebol brasileiro, que poderiam ter arrecadado mais para financiar clubes e torneios.

Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira dividiram, por exemplo, R$ 2 milhões por ano em propinas pagas pelo empresário José Hawilla para as edições anuais da Copa do Brasil.

Ricardo Teixeira, ainda nos anos 90, também fechou um acordo com Hawilla para dividir o lucro que o empresário teria obtido ao intermediar o acordo da Nike com a CBF avaliado em US$ 160 milhões. Outros US$ 40 milhões foram para uma conta na Suíça, divididos entre Hawilla e Teixeira.

Copa América
Uma parte significativa da corrupção montada estava relacionada com a Copa América. A Datisa, empresa que em 2013 comprou os direitos de transmissão e marketing até 2023 para o evento, concordou em pagar US$ 3 milhões por edição do torneio ao presidente da CBF no momento do evento.

Mas o valor da corrupção pode ser ainda maior. Del Nero, por exemplo, compartilhou propinas com Marin para pelo menos três edições da Copa Libertadores. Teixeira ainda recebeu “milhões de dólares” para garantir a presença dos melhores jogadores brasileiros nas edições da Copa América entre 2001 e 2011. Os valores não foram divulgados por enquanto.

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