Crescimento do futebol americano no Brasil gera interesse do público feminino no DF
Mulheres que praticam a modalidade contam sobre as principais diferenças da modalidade jogada pelos homens
atualizado
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O futebol americano tem atraído cada vez mais a atenção do público feminino no Distrito Federal. Além de acompanhar as partidas decisivas do campeonato mais visto nos EUA, grupos de mulheres da cidade se reúnem periodicamente para praticar a modalidade nos gramados da capital.
Um exemplo é o time do Brasília Alligators, que conta com jogadoras que treinam regularmente na região central do Plano Piloto. Porém, antes de embarcar na modalidade, é importante lembrar que há algumas diferenças para o famoso esporte praticado pelos homens. A começar pelos uniformes. Enquanto eles estão todos vestidos com equipamentos para se proteger, as mulheres ficam mais expostas, possibilitando um grande risco de lesões.
Ainda que a modalidade praticada pelas atletas de Brasília não conte com os tradicionais tackles, como são chamados os contatos mais fortes para impedir a progressão da jogada do adversário, o esporte conta com excessivas trombadas. Mas nada que iniba o crescente interesse pela atividade.
“Hoje jogamos o flag, que pela regra é sem forte contato. Por ser um esporte físico, há os encontrões como no basquete, por exemplo. E assim como acontece no futebol americano, é um esporte para todos, sem distinção de estereótipos”, explica Ana Cazarin, 24, uma das diretoras do time.
Solitárias
Atualmente, o time conta com 25 mulheres. “Já tivemos período com 40 meninas jogando com a gente”, recorda a coordenadora do time, Raquel Araújo, 30. Segundo ela, esse número deverá voltar a crescer nos próximos meses com a seletiva para descobrir novas participantes. A peneira deverá ocorrer logo após o carnaval.
Lívia Melo, 24, conta que conheceu o esporte e foi convidada por um dos coordenadores técnicos para a prática. “Ele vinha me chamando há algum tempo e acabei cedendo. Já assisti algumas vezes para tentar entender, mas não é fácil”, disse a nova adepta, que ainda está se habituando com as regras.
No Brasil, o número de equipes femininas de futebol americano já ultrapassa a marca de 100. A maioria se concentra em São Paulo e pratica a modalidade flag. Porém, diferente do time brasiliense, poucos atuam em jogos oficiais. A equipe do DF disputa, em média, três torneios por ano que pontuam para a classificação do campeonato nacional. Os quatro melhores se reúnem para a definir o melhor time do Brasil.
Reuniões pós-treinos
Entre agosto e fevereiro, além dos treinamentos – são dois por semana, no gramado do Espaço Funarte –, as jogadoras aproveitam o encontro para acompanhar os jogos da NFL. Elas se organizam e assistem os quarterbacks mais bem pagos do mundo em bares da cidade ou nas casas das integrantes da equipe.
“Sempre marcamos para acompanhar as partidas após os treinamentos. Os encontros ficam maiores, é claro, na reta final da competição. Sem contar que em vários jogos há uma emoção digna de filme, com finais eletrizantes”, conta Cazarin.
Neste domingo não faltará emoções. As finais de conferência, que garante as equipes no SuperBowl, acontecem a partir das 18h. O primeiro jogo será entre Denver Broncos e New England Patriots. O jogo pode marcar o último confronto entre Payton Manning e Tom Brady. As 21h30, logo na sequência, o Carolina Panthers, melhor time da primeira fase, encara o Arizona Cardinals.