Com ajuda de estrangeiros, seleção brasiliense de críquete disputa campeonato brasileiro neste fim de semana
Equipe fará jantar nesta quarta-feira (28/10), no Ashram, na 103 norte, para arrecadar fundos para viagem
atualizado
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Onze jogadores de cada time em um gramado verde com intenção de marcar pontos diante do seu adversário. Isso não é futebol ou futebol americano. Tampouco beisebol. Trata-se essencialmente do críquete, esporte com origens inglesas, que lembra muito uma ‘brincadeira de criança’. E um dos mais populares no mundo.
Falando assim, o nome parece um tanto quanto estranho. Mas, de uma forma bem adaptada, esteve presente na juventude de muitos brasilienses antes do surgimento da tecnologia. Sim, o esporte é bem parecido com o que conhecemos no Brasil como ‘bete’.
A modalidade tem raízes fortes em Brasília. Vários jogadores da capital vão para Itaguaí, no Rio de Janeiro, para a segunda fase do campeonato brasileiro, entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro. Além do DF, São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Amazonas e Minas Gerais mandarão suas seleções para o campeonato brasileiro.
Como se trata de um esporte iniciante no Brasil, a ajuda é praticamente nula. Para arrecadar verba necessária à viagem ao interior do Rio de Janeiro, o restaurante indiano Ashram, na 103 Norte, vai repassar um percentual para ajudar na viagem da seleção brasiliense. O jantar, nesta quarta-feira (28/10), contará com a presença de atletas e uma palestra para apresentar o críquete aos brasilienses. O evento acontecerá às 18h30.
Golzinho do críquete
Por mais que os jogadores neguem, é impossível não remeter o esporte ao ‘bete’, aquele jogo de tacos que consiste derrubar uma casinha. “O bete está para o críquete, assim como o golzinho está para o futebol”, brinca o capitão da seleção brasiliense, Alexandre Miziara.
O indiano Aravind Krishnan, 30, mora no Brasil há sete anos e está prestes a se casar com uma brasileira. Com um bom português, lembrou que o ‘pai do futebol’ no Brasil, Charles Miller, por muito pouco não fez com que a nação se tornasse o ‘país do críquete’. “Quando ele veio ao Brasil, uma das primeiras modalidades que ele apresentou foi o críquete. Só que o esporte não pegou. E, no final, o críquete virou o que vocês conhecem como bete”, garante.
Capitão
Mineiro de 38 anos, Miziara é um dos poucos brasileiros no time do DF, assim como na seleção brasileira. Ainda assim é o capitão da equipe. “Diferentemente dos outros esportes, o capitão é um técnico dentro de campo. Tem que ter a percepção se um atleta está bem ou não. Além de fazer tudo num jogo”, explica.
Hoje, o Distrito Federal, um dos estados com o maior número de praticantes no Brasil, conta com três equipes: uma formada por diplomatas de países do Caribe e da Europa; um outro por jogadores da Índia, Paquistão e Sri Lanka; além dos brasileiros. Para o torneio que a equipe disputará em Itaguaí-RJ, neste fim de semana, a seleção brasiliense é composta pelos melhores jogadores dessas três equipes.
Feminino
Por outro lado, o time feminino de Brasília conta apenas com brasileiras. E com experiência para desbancar qualquer marmanjo. Com várias representantes na seleção nacional, conquistou nada menos do que o Sul-Americano, no começo do mês, no Chile.
“O esporte tem grandes origens inglesas. Ganhamos da Argentina com uma diferença muito boa. A sensação foi ótima, pois estamos há oito anos jogando contra um país que joga há mais de cem anos”, destaca Daniela Medeiros, 38.