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Musical sobre Chico Buarque em BH é suspenso após ator criticar o PT

Ator e diretor de “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”, Cláudio Botelho chamou Lula e Dilma de ladrões e foi vaiado pela plateia, em sessão deste sábado (19/3)

atualizado

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Leo Aversa/Divulgação
Claudio Botelho
1 de 1 Claudio Botelho - Foto: Leo Aversa/Divulgação

Durante a apresentação do musical “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos” na noite deste sábado (19/3), em Belo Horizonte, o ator e diretor Cláudio Botelho resolveu improvisar. No palco do Sesc Palladium, protestou contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e foi recepcionado com vaias da plateia, segundo relato do jornal “Estado de Minas”. A sessão teve que ser cancelada. Neste domingo (20/3), de acordo com o “Estado de Minas”, Chico Buarque decidiu proibir Botelho de usar suas canções no espetáculo.

Segundo reportagem do jornal “Estado de Minas”, Botelho mencionou um “ex-presidente ladrão” e criticou “a presidente ladra” durante a performance. O público respondeu gritando “não vai ter golpe!” até que a apresentação fosse interrompida pela produção. Desde o ocorrido, a hashtag #vetachico começou a circular nas redes sociais. Chico, sabe-se, foi um dos principais símbolos da resistência à ditadura militar e é confesso apoiador de Lula, Dilma e do PT.

Veja vídeo da reação ao público aos comentários de Botelho:

Ainda de acordo com o “Estado de Minas”, a Polícia Militar foi chamada já que o ator temia ser “agredido fisicamente”. Por causa da confusão, a direção do Sesc decidiu cancelar a sessão deste domingo (20/3).

A polêmica ainda parece ter contornos racistas. Um áudio divulgado pela “Mídia Ninja” flagra uma conversa de Botelho com a atriz Soraya Ravenle no camarim do Sesc. “O artista no palco é um rei! Não pode ser peitado. Não pode ser interrompido por um nego, por um filho da puta!”, teria dito o ator.

Reação do público foi censura, diz o ator
Em entrevista ao jornal carioca “O Globo”, Botelho refutou as acusações de fascismo e racismo. “O público começou a descer em direção ao palco, com punhos em riste, me chamando de coxinha, expressão que sempre me faz rir, além de direitista, fascista”, contou. “Começou a ficar violento. Quando vi que o pessoal não iria parar e entendi que eles não estavam gostando, sugeri que fossem à bilheteria pegar o dinheiro de volta.”

Sobre o conteúdo do áudio, Botelho disse ao “O Globo” que suas palavras foram tiradas de contexto. “Usei a expressão ‘nego’, e não ‘negro’, como se diz no Rio, no sentido de ‘pessoa'”, explica. Na conversa com o jornal, ele também classificou a reação do público como censura. “Existe um ódio muito grande no ar, o Brasil está dividido entre nós e eles. Onde já se viu tratar um artista assim só porque ele fez uma piada?”.

No fim da conversa com “O Globo”, ele comentou a decisão de Chico Buarque. “Lamento muito porque sou apaixonado por ele, admiro o trabalho dele, e sempre o considerei um defensor da liberdade, acima de qualquer orientação política”.

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