“Chacrinha – O Musical” traz à cidade a irreverência do Velho Guerreiro
Com Stepan Nercessian à frente do elenco, espetáculo fica em cartaz até domingo (11/10) no Net Live Brasília
atualizado
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Até o dia em que recebeu o convite para viver o apresentador Abelardo Barbosa em “Chacrinha – O Musical”, dirigido por Andrucha Waddington, Stepan Nercessian jamais tinha pensado na possibilidade de um dia fazer o papel do Velho Guerreiro.
Foi Fernanda Montenegro – sogra de Waddington – quem sugeriu o nome do ator. “Fiquei pensando: de onde é que Fernanda tirou essa ideia?”, conta Stepan. “Depois, ela foi assistir ao espetáculo e me mandou um e-mail carinhoso, dizendo ‘eu estava certa'”.
O público brasiliense poderá conferir o trabalho de Stepan Nercessian em três apresentações no Net Live Brasília – de sexta a domingo (9 a 11/10). Dele e de mais 16 atores, que promovem no palco um verdadeiro desfile de estrelas de todas as épocas, com as quais Chacrinha conviveu.
Elke Maravilha, Sidney Magal, Dercy Gonçalves, Fábio Jr., Ney Matogrosso, Aracy de Almeida, Clara Nunes, Rosanah, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Ritchie e Carmem Miranda são algumas das personalidades que passam pela cena, encarnados por atores do elenco.
O palhaço e o homem
Coube, porém, a Stepan o desafio de viver um personagem que poderia facilmente cair na caricatura. “Logo de início percebi que não era uma fotografia, era um filme, estava em movimento. Tinha que pensar o Chacrinha não só naquele visual que todo mundo conhece. Ele também entra em cena só de cueca e boina. É o cara que conversa com o filho, briga com o produtor. Tive que fazê-lo de dentro pra fora”.
Para não correr o risco de cair em clichês, o ator até evitou assistir a vídeos do personagem real. Só fez isso cinco ou sete dias antes da estreia. “Apenas para pegar um ou outro detalhe que acrescentasse àquilo que eu já tinha feito”, ele explica.
Stepan Nercessian, aliás, sentiu como se estivesse estreando de novo nesse trabalho. É a primeira vez que faz um musical – e dirigido por um também novato no gênero – , por isso, quis participar de todos os processos da direção musical, a cargo de Delia Fischer. Em cena, canta “como Chacrinha”. Ou seja, apenas as marchinhas típicas do Velho Guerreiro.
Quebrando regras
E nisso se passaram 12 meses de convivência entre ator e personagem. No período, só cresceu a admiração por Abelardo Barbosa. “Ele brigou para caramba. Teve que quebrar muitas regras, protocolos para ser o que foi”.
E o que seria do irreverente Chacrinha nesses tempos que vivemos, do politicamente correto. “Se ele baixasse aqui, hoje, estaria respondendo a uns 800 processos por cada programa. Mas tenho a impressão de que não teria esmorecido, estaria brigando muito mais do que brigou”
“Chacrinha – O Musical” cumpriu temporadas de cinco meses no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. Nos últimos meses, viaja pelo Brasil. Uma carreta de 17m e dois caminhões carregam cenários e mais de 300 figurinos. Uma caravana parecida com aquelas que fazia o Velho Guerreiro quando levava seu programa pelo interior do Brasil.
Onde o circo chega, conta Stepan Nercessian, a alegria se instala. “As apresentações parecem um programa de auditório. As pessoas aplaudem, vaiam, vão à loucura. Isso tudo demonstra o quanto o Brasil sente saudades de Chacrinha, o quanto ele continua presente no imaginário das pessoas.”
De sexta (9/10) a domingo (10/10). Sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h. No Net Live Brasília (Setor de Hotéis e Turismo Norte, Trecho 2, Conjunto 5, Lote A, 3306-2030). Ingressos a R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia) para cadeira ouro; R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), para cadeira prata – preços referentes ao primeiro lote. À venda na bilheteria do Net Live, na Central de Ingressos (Brasília Shopping) no site Ingresso Rápido. Não recomendado para menores de 12 anos.