Novo coordenador da Funarte promete reforma em espaços culturais
Em entrevista ao Metrópoles, o gestor afirmou que seu primeiro trabalho será revitalizar a Sala Funarte Cássia Eller
atualizado
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O dançarino, ator e produtor cultural João Carlos Corrêa, 53 anos, assumiu, nessa segunda-feira (27/3), a coordenação daFunarte de Brasília. Ele prometeu, em sua gestão, reformar alguns espaços do complexo localizado no Eixo Monumental e aumentar o diálogo entre classe artística e Ministério da Cultura (MinC).
João Carlos Corrêa assume o cargo no lugar de Débora Aquino, coordenadora da Funarte na capital desde 2012. Em entrevista ao Metrópoles, o novo gestor afirmou que seu primeiro trabalho será dar início às reformas na Sala Funarte Cássia Eller, que possui problemas estruturais.
“O Secretário de Infraestrutura Cultural, Raimundo Benoni, já pautou essa reforma e vamos discutir o cronograma”, disse. Além disso, ele pretende averiguar os problemas encontrados na sala de dança Klauss Vianna. “Falta até linóleo no local. Os servidores de lá estão fazendo milagres para manter o funcionamento”, completou. Ele garantiu que vai visitar o espaço pessoalmente.
Por conta das ocupações que ocorreram na Funarte durante o ano passado, o diálogo entre a classe artística e o MinC se tornou prioridade para João Carlos. Participante de movimentos sociais organizados, o novo coordenador disse que não pretende “perder o tom”.
Quando à frente do movimento social organizado sempre fui cortês e respeitoso nos espaços de manifestação e fui tratado com igual respeito. Não vai ser diferente agora. Tenho como norte tanto a consideração pela dignidade do artista e sua livre expressão quanto o cuidado com a coisa pública na qualidade de gestor.
João Carlos Corrêa
Trajetória
Nascido em Belém (PA) e criado no Rio de Janeiro (RJ), João Carlos se mudou para a capital em 1982 para trabalhar no Banco do Brasil. Após uma década, tornou-se técnico legislativo do Senado Federal. Nos últimos quatro anos, foi chefe de gabinete do senador Roberto Muniz (PP/BA).
Concomitantemente ao trabalho no serviço público, João Carlos subiu muitas vezes aos palcos – seja pela dança ou pelo teatro. “Me alimento do exercício da arte para existir enquanto cidadão”, contou. Ele também explicou que não deixará o trabalho artístico de lado.
É claro que vou me cercar de cuidados para não enfrentar conflitos com meu novo cargo, mas a dança e o teatro em especial são meus ofícios de paixão e me fazem compreender o mundo da política tradicional de forma diferente
João Carlos Corrêa
Além de criar diversos grupos de dança pela cidade, João já fez turnê pela América do Sul e Europa e cuida do projeto social “Dança e Cidadania”, que existe há 12 anos e forma professores na modalidade. Em 2015, encenou “Fahrenheit – João de Ferro”, peça dirigida por Luciana Martuchelli, que reabriu o Teatro Oficina Perdiz.