Leia a crítica, ouça o disco: Pet Shop Boys, Weezer e Charles Bradley
Coluna de CDs internacionais comenta novidades de pop, rock e soul
atualizado
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Nomes conhecidos de rock, pop e soul lançaram novidades nos últimos dias. Experiente duo inglês, os Pet Shop Boys voltam a reunir batidas eletrônicas em “Super”. Banda icônica dos anos 1990, Weezer tenta soar relevante de novo em seu décimo álbum, apelidado de “White Album”. Revelação tardia da soul music, Charles Bradley volta a soltar sua belíssima voz rouca no CD “Changes”. Leia e ouça:
Pet Shop Boys – “Super”
Hitmaker poderoso nos anos 1980, o duo inglês nunca parou de produzir, lançando discos com boa frequência desde a estreia em álbum, há exatos trinta anos. No 13º trabalho de estúdio, Neil Tennant e Chris Lowe continuam fiéis às origens sonoras.
Sintetizadores sempre oitentistas e batidas coloridas transitam entre faixas sombrias (“The Dictator Decides”) e o terreno radiofônico do synthpop praticado atualmente (“Say It To Me”). Há até um flerte com Gaby Amarantos em “Twenty-something”, espécie de tecnobrega à la “One Way Trigger”, dos Strokes.
Avaliação: Regular
Weezer – “Weezer” (também chamado de “The White Album”)
Pela quarta vez na carreira, a banda Weezer batiza um disco com seu próprio nome e identifica o trabalho com uma cor. A pretensão de chamá-lo de branco – tal como o álbum branco dos Beatles – deixa no ar uma tentativa de querer soar relevante de novo. O grupo tem uma história no mínimo bipolar: estoura com “Weezer” (1994), o disco azul, fracassa no seguinte, “Pinkerton” (1996), só reconhecido anos depois, e retorna à ativa em 2001, para uma sequência de CDs esquecíveis.
Líder da banda, Rivers Cuomo disse em entrevistas que queria gravar um disco meio The Beach Boys. Para tal, ele fez alguns amigos no litoral de Los Angeles e apelou para o aplicativo Tinder querendo conhecer gente nova. Essas experiências se revelam de maneiras imberbes em faixas como “Do You Wanna Get High?” e “Thank God for Girls”. Não é um retorno dos mais inspirados às origens, mas pelo menos um álbum mais digno que “Raditude” (2009) e “Hurley” (2010), por exemplo.
Avaliação: Regular
Charles Bradley – “Changes”
Até outro dia, Bradley saltava de emprego e emprego e, quando possível, fazia alguns trocados dando showzinhos pequenos e covers de James Brown. Esse herói cotidiano tornou-se uma das principais vozes da soul music e do funk quando a gravadora Daptone descobriu seu talento, nos anos 2000. Com a rouquidão de sempre, Bradley alcança talvez seu melhor momento em “Changes”, nome do disco e cover de Black Sabbath.
Certas semelhanças com Brown e Otis Redding ainda continuam, mas ele consegue emplacar um estilo próprio, de letras ainda mais intuitivas, em belas canções como “God Bless America” e “Change for the World”, em que convoca os ouvintes para mudar o planeta. Aos 67 anos, Bradley é capaz de refutar o mero oportunismo nostálgico em nome de um som retrô autêntico e realmente tocante.
Avaliação: Ótimo