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Emicida relata que show em Brasília foi interrompido com bomba de gás lacrimogêneo

Segundo o rapper, o chefe de gabinete do secretário de Turismo teria chegado com o Bope e atacado a produção com cassetete

atualizado

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Rafael Kent/Divulgação
Emicida
1 de 1 Emicida - Foto: Rafael Kent/Divulgação

O rapper Emicida relatou em seu site um caso de violência da polícia do Distrito Federal contra a produção do show de encerramento da 3ª Conferência Nacional da Juventude, no Estádio Mané Garrincha, na quarta-feira (16/12). A apresentação do artista foi interrompida por falta de alvará. Estavam marcadas também apresentações de Karol Conka, Drik Barbosa, Raphão Alaafin, Muzzike e Rico Dalasam.

O cantor afirma que, 30 minutos após o início do show, integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram jogando bombas de gás lacrimogêneo. “Eles impediram 500 pessoas credenciadas de entrarem no local e dispersaram a multidão com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo. O secretário Nacional de Juventude, Gabriel Medida, tentou mediar a situação, mas acabou sendo ameaçado de prisão. Por volta das 23h, a produção decidiu encerrar o show pela metade”, descreve o artista.

Na página do músico, consta uma declaração que teria sido dada por Medida:  “A organização lamenta o ocorrido. O evento tinha alvará e esperávamos muito pelo show do Emicida”. O rapper acrescenta que o problema, segundo ele, foi de entendimento e inadequação por parte da instituição policial: “Ela vê com receio o tipo de orientação cultural marcado pelo rap, que foi o escolhido pelo evento”.

O homem errado
Em sua narrativa, Emicida chegou a afirmar que o chefe de gabinete do secretário de Turismo do DF, Jaime Recena, teria chegado com o Bope para fazer uma varredura no show, pois não haveria alvará para a apresentação. No entanto, Recena disse à reportagem do Metrópoles que não foi ele quem determinou o encerramento da festa.

“Agiram de forma muito injusta com minha pessoa. Não tive nada a ver. Secretário é o Arthur (Bernardes). Foi o chefe de secretário do Artur que coordenou a operação”, explica Recena. Ele conta que a produção do show fez solicitação de reserva para utilizar o espaço. Mas, além de pagar taxa de ocupação, precisava informar a natureza do evento, o que, segundo ele, não foi feito.

“A produção do evento não tomou as medidas necessárias para obter o alvará eventual. Uma delas era a vistoria do Corpo de Bombeiros. Show com 2 mil pessoas… Imagina se ocorre alguma coisa! A gente seria responsabilizado”, acrescentou Recena. Ele nega que o Bope tenha recebido autorização para entrar no estádio: “Não teve Bope dentro do estádio, informação que tenho do secretário Artur”, afirma.

Mesmo depois de feita uma correção no site de Emicida, que retirou o nome do secretário-adjunto de Turismo, Jaime Recena continuava sendo alvo dos comentários de internautas. Em um deles, assinado por Lívia, Recena é novamente confundido com o atual secretário de Turismo do DF: “Uma vergonha para a cidade! Envergonhada, como turismóloga e moradora da cidade”, escreveu ela.

A Comunicação Social da PM informa que não há registro de queixa sobre a atuação do Bope.

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