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Clube do Choro comemora 40 anos e traz programação cheia de novidades

A partir do segundo semestre de 2017, cantores começarão a participar dos shows. Até então, a casa contava apenas com instrumentistas

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
clube do choro brasilia musica
1 de 1 clube do choro brasilia musica - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

O Clube do Choro, uma das principais instituições musicais da capital, completa 40 anos de existência neste ano. Para comemorar o aniversário, serão realizados shows a partir desta quinta (13/4) e sexta-feira (14/4), às 21h, na sede da instituição (Eixo Monumental). Entre as atrações, estão Odette Ernest Dias, Fernando César, José Américo e Chico de Assis.

Aproveitando a data festiva, o presidente do clube, Henrique Filho, mais conhecido como Reco do Bandolim, anunciou com exclusividade ao Metrópoles que, a partir do segundo semestre de 2017, cantores começarão a participar dos shows da casa. Até então, os eventos contavam apenas com instrumentistas.

A instituição ganhou o carinho da cidade por formar um ritmo musical essencialmente brasiliense. “O choro da capital não se parece com nenhum outro do país. É mais ousado, trouxe novas informações ao ritmo, o que não era possível em cidades marcadas pela tradição”, explica o músico Fernando César, que faz parte do quadro de profissionais do clube desde 2002.

A realidade ficou maior do que o sonho

Reco do Bandolim
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Hamilton de Holanda, músico ganhador do Grammy de 2016, conhecido como o "Jimi Hendrix" do bandolin nos Estados Unidos
A flaustista Odette Ernest Dias reunia os chorões de Brasília em seu apartamento na década de 1960
Bide da Flauta, um dos fundadores do Clube do Choro
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Henrique Filho, conhecido como Reco do Bandolim, presidente da instituição

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Hamilton de Holanda, músico ganhador do Grammy de 2016, conhecido como o "Jimi Hendrix" do bandolin nos Estados Unidos

Divulgação
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A flaustista Odette Ernest Dias reunia os chorões de Brasília em seu apartamento na década de 1960

Youtube/Reprodução
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Bide da Flauta, um dos fundadores do Clube do Choro

ARPDF/Divulgação

 

Nascimento
Na década de 1950, muitos funcionários públicos do Rio de Janeiro – até então capital do país – aproveitavam as horas de lazer para tocar um choro. O ritmo musical estava em alta na cidade, mas os artistas ainda não encontravam oportunidades para viver só da música.

Com a mudança da capital para Brasília, muitos desses servidores foram transferidos para o Planalto Central e, com eles, o choro. Sem um espaço para tocar suas músicas, os encontros ocorriam dentro do apartamento de músicos como Raimundo Brito e Odette Ernest Dias.

Rodolfo Stuckert/Arquivo Público do Distrito Federal
Clube do Choro em 1988, quando ainda não havia o edifício desenhado por Niemeyer

Nesses encontros, os músicos formavam rodas de choro, que se tornaram famosas e acabaram por atrair vizinhos e públicos mais distantes. Com a grande demanda, os artistas pediram apoio e ajuda para Elmo Serejo, governador do Distrito Federal entre 1974 e 1979.

Apaixonado pelo ritmo, o político cedeu aos pedidos e criou, em 1977, o Clube do Choro, com sede no mesmo local que se encontra até os dias de hoje – Eixo Monumental, entre a Funarte e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Profissionalização
No começo, o espaço servia de ponto de encontro para as rodas de choro. Porém, com o passar dos anos, a instituição começou a se profissionalizar. Em 1998, foi inaugurada a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, que ensina as composições de artistas como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Pernambuco do Pandeiro. Atualmente, o centro de ensino possui 1.100 alunos.

O Clube do Choro lançou grandes nomes do ritmo, como Fernando César, que faz parte do quadro de profissionais da instituição, e Hamilton de Holanda, que ganhou o prêmio Grammy Latino de 2016 de melhor álbum instrumental pelo disco “Samba de Chico”.

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O local também serviu de palco para apresentação de celebridades musicais, como Pixinguinha e Cartola. Ao Metrópoles, Reco do Bandolim afirmou que recebeu, em 2006, um telefonema do arquiteto Oscar Niemeyer afirmando que havia visto a apresentação de seu grupo “Choro Livre” na TV Senado e que queria conhecê-lo pessoalmente.

No encontro, que ocorreu logo em seguida na casa do arquiteto no Rio de Janeiro, Reco falou sobre o projeto educacional do clube. Admirado com o trabalho da instituição, Niemeyer voltou a entrar em contato com Reco do Bandolim e ofereceu, de presente, um projeto para a nova sede do Clube de Choro.

O novo edifício foi inaugurado em 2012. Atualmente, o Clube de Choro faz parte do Patrimônio Imaterial tombado pelo Governo do Distrito Federal e possui a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República, a mais alta comenda oficial na área da cultura.

Clube do Choro 40 anos
Quinta (13/4) e sexta (15), das 21h às 23h, na sede do Clube do Choro (Setor de Divulgação Cultural, no Eixo Monumental). Ingressos entre R$ 20 e R$ 40 à venda na sede da instituição, na Loja Square do Hotel Athos Bulcão (Setor Hoteleiro Norte) e no site Bilheteria Digital. Não indicado para menores de 14 anos

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