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Escritor relaciona políticos em personagens de Shakespeare

Theófilo Silva dá palestras relacionando as histórias ficcionais a questões que envolvem o poder público. Ao Metrópoles, ele indica políticos que poderiam muito bem ser personagens criados pelo dramaturgo inglês, como Temer, Dilma, Aécio e Rollemberg

atualizado

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Kácio Pacheco/Metrópoles
Caricatura Michel Temer
1 de 1 Caricatura Michel Temer - Foto: Kácio Pacheco/Metrópoles

Nascido em Fortaleza, Theófilo Silva teve o primeiro contato com as obras de William Shakespeare quando estudava literatura pela Universidade Federal do Ceará. Estava com 20 anos quando leu a primeira peça do dramaturgo inglês. “Depois que li algumas obras, percebi que ele continuava bastante atual e que era possível trabalhar uma série de temas em cima de suas histórias”, explica.

Em 2001, mudou-se para Brasília com o objetivo de expandir seu campo de atuação. Porém, em vez de seguir a carreira acadêmica, apostou na criação de artigos para a imprensa e organização de palestras sobre política, sem nunca se afastar da sua paixão pela literatura. A ideia deu certo.

As intrigas de Shakespeare são tão complexas quanto o nosso cenário político. Suas palavras são e sempre serão atuais

Theófilo Silva

Sindiescritores/Divulgação

Hoje, aos 53 anos, Theófilo presta consultoria política. Ao menos três vezes por mês, é convidado para dar palestras (pelas quais pode cobrar até R$ 6 mil reais) em escolas, universidades, empresas privadas e órgãos públicos. Nelas, Theófilo aborda a questão do poder no cenário político utilizando sempre as obras literárias de Shakespeare como referência.

Em uma recente conferência na Câmara Legislativa do Distrito Federal, por exemplo, ele falou sobre a corrupção utilizando a narrativa de “Hamlet”, a importância do Estado de direito por meio de “Medida por Medida”  e a manipulação das massas a partir de “Marco Antonio”.

Eduardo Cunha Caricatura

Cunha seria o Macbeth
Em um de seus artigos, o escritor Theófilo Silva afirma que “o deputado Eduardo Cunha é um vilão shakespeariano”. Para ele, o político é uma figura ambiciosa e sem regras morais, como muitos outros personagens criados pelo dramaturgo inglês, que completou 400 anos de morte em 2016.

Teófilo associa o presidente afastado da Câmara a Macbeth, um dos personagens mais emblemáticos da literatura shakespeariana. “Depois que as bruxas prognosticaram que o barão Macbeth seria rei da Escócia, ele, em combinação com a mulher, cheios de ambição, resolvem matar o bondoso rei Duncan, que se hospedara em seu Castelo. Feito o ato, Macbeth é coroado rei. Daí pra frente, dotado de prepotência e crueldade, cria uma rede de espiões, e passa a matar todos aqueles que estão em seu caminho”, conta.

Guardadas as devidas proporções, não é difícil relacionar a história com os últimos atos que colocaram Eduardo Cunha no centro da política nacional. Além disso, lendo somente esse trecho, pode-se afirmar que Claudia Cruz, a mulher do peemedebista e ré em ação penal na Operação Lava Jato, poderia ser encaixada com facilidade no papel de Lady Macbeth.

Realidade digna de ficção
Entre os anos 2007 e 2012, Theófilo Silva alimentou o “Blog do Moreno”, no site do jornal “O Globo”. Hoje, mantém seu próprio site e trabalha também na elaboração de livros de ensaios. Em sua última obra, “Shakespeare Indignado” (R$ 30, Editora Stephanie), publicada em 2012, ele apresenta uma série de artigos em que constrói um vínculo entre a literatura e a política brasiliense.

Theófilo listou, com exclusividade para o Metrópoles, alguns políticos do cenário nacional que poderiam ser personagens escritos por Shakespeare.

Kácio Pacheco/Metrópoles
Dilma Rousseff é o inexperiente Ricardo II, rei da Inglaterra que perde o trono

 

Kácio Pacheco/Metrópoles
Michel Temer é o Henrique Bolingbroke, que usurpa o trono de Ricardo II e se torna o rei

 

Kácio Pacheco/Metrópoles
Sarney é o tio de Hamlet, que mata o irmão

 

Kácio Pacheco/Metrópoles
Aécio Neves é Delfim, príncipe herdeiro do trono da França, que por seu comportamento altaneiro e infantil, perde o trono da França

 

Theófilo também relacionou quatro políticos do Distrito Federal a personagens do escritor inglês. Conheça-os:

Kácio Pacheco/Metrópoles
O governador Rodrigo Rollemberg cabe bem no papel de Malvólio, da peça “Noite de Reis”. O personagem é o intendente da condessa Olívia, que diz: “Uns nascem grandes; alguns adquirem a grandeza; e a outros a grandeza vem ao encontro”. “Rodrigo Rollemberg é um político de muita sorte. Tudo cai no colo dele sem muito esforço”

 

Kácio Pacheco/Metrópoles
O ex-governador José Arruda seria Paroles, personagem da peça “Tudo Bem Quando Acaba Bem”. Segundo o senhor Lafeu: “A não ser para que te prendam, para nada mais serves, nem mereces a pena que prestem atenção a ti”.

 

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Paulo Octávio é Lépido, o homem mais rico de Roma na peça “Julio César”, que ao dividir o poder com Marco Antônio e Otávio é esmagado por eles – não conseguindo se firmar como governante de Roma.

 

Kácio Pacheco/Metrópoles
O senador Cristovam Buarque é Holofernes, um pomposo e vaidoso mestre-escola da peça “Trabalhos de Amor Perdidos”, que está sempre dando lições aos outros e só fala de educação. Acha que sabe mais que todo mundo. “Ó monstro da ignorância, como és hediondo”.

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