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Exposição de Erwin Wurm no CCBB “engorda” objetos e brinca com público

A primeira impressão que “O Corpo é a Casa” dá é de um desnorteamento cômico, mas, aos poucos, torna-se palatável a proposta do artista

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1 de 1 erwin wurm 11 - Foto: Paulo Lannes/Metrópoles

Uma casa com telhado de duas águas aparece completamente inchada ao lado de um Porsche igualmente “balofo”. Outro espaço reserva uma privada da finura de uma régua e um relógio com marcas de pneu (literalmente atropelado por um carro).  A primeira impressão da exposição “O Corpo é a Casa” é de um desnorteamento cômico, mas, aos poucos, torna-se palatável a proposta do artista austríaco Erwin Wurm.

A mostra, aberta ao público nesta sexta-feira (21/4), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), apresenta as obras clássicas do austríaco – conhecido por “inchar” objetos do cotidiano, em uma clara crítica ao consumo e à humanização que as pessoas dão às coisas. A exposição também dedica uma galeria inteira a obras que interagem com os visitantes.

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Para Marcello Dantas, curador da mostra, Wurm mostra preocupação em documentar a vida cotidiana, questionando seus vícios. Entre suas esculturas mais famosas está a do homem em tamanho natural, redondo, como se fosse uma bola com braços, pernas e cabeça.

O mundo, para ele inadequado, é inflamado e alterado constantemente. De tanto as pessoas valorizarem os objetos, ele passa a dar corpo às coisas.

Marcello Dantas

Além disso, a mostra dedica uma parte à questão alimentar. Há uma escultura em que duas salsichas parecem “brigar” entre si, numa alusão à demonização dos alimentos. É possível encontrar um cardápio de “dieta inversa”, que inclui “banhas” entre os ingredientes da refeição e “assistir TV deitado” como recomendação de atividade física.

A exposição também exibe em uma TV o clipe da música “Can’t Stop”, do Red Hot Chili Peppers. Todos os cenários e objetos utilizados em cena foram inspirados na obra do artista austríaco. Vale a pena dar uma olhada:

Interatividade
A exposição destinou uma galeria às obras chamadas “esculturas de um minuto”, que só “existem” diante da intervenção do público visitante. “Nessas peças, o artista transfere para o espectador a responsabilidade pela existência da obra de arte. As pessoas se tornam obras de arte por um minuto”, explica o curador.

Nessa galeria, há vários pequenos palanques com alguns objetos e recomendações do que fazer com eles. Há, entre elas, pedidos estranhos e quase impossíveis. “Sente-se ereto, segure a respiração e pense em Spinoza”, diz uma delas. Em outra, o visitante deve deitar sobre bolas de tênis. Há também uma que pede para o participante plantar bananeira com a cabeça dentro de um pufe.

O Corpo é a Casa
De sexta (21/4) a 26 de junho, no Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul, trecho 2, lote 22). Visitação de quarta a segunda, das 9h às 21h. Entrada franca. Classificação indicativa livre

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