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Agora em novo endereço, Galeria Ponto fecha o ano com mostra fotográfica

Aberta a visitações apenas até esta quinta (24/12), a coletiva de jovens artistas é a primeira exibição a entrar cartaz na nova sede da 710/711 Norte

atualizado

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Bruno Cardozo
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Ao longo de cinco anos de atividades, a Galeria Ponto se estabeleceu no circuito independente de arte da Asa Norte ao promover oficinas de fotografia, popularizar a técnica de impressão fine art e abrigar mostras de jovens e conceituados artistas da cidade como Cecília Bona, André Santangelo e Jean Matos.

Neste final de 2015, a Galeria Ponto deixou seu endereço original, uma residência na 716 Norte, para melhor poder se espalhar. Agora está ocupando todo o subsolo de um prédio comercial da entrequadra 710/711 Norte. Enquanto a nova casa ainda está em obras, com trabalhadores dando os últimos tratos no ambiente, uma mostra fotográfica já está em cartaz por ali.

Aberta até a véspera de Natal, quinta-feira 24/12, a mostra coletiva “(Trans)Forma – Contornos Tangíveis do Fim” reúne trabalhos recentes de 17 artistas. Eles participaram de um ciclo de estudos e produção fotográfica coordenado pela artista visual Hannah Gopa. E agora, sob curadoria de Hannah, eles apresentam o material reunido ao longo de quatro meses de exercícios.

"Asfalto" (2015): fotografia da série "Todo Lugar Nenhum", de Kauê Blass
“Asfalto” (2015): fotografia da série “Todo Lugar Nenhum”, de Kauê Blass

 

Inventário de miudezas

“(Trans)Forma” ocupa as paredes da ampla escadaria que leva ao subsolo do imóvel. Cada um dos fotógrafos teve para si um pequeno recorte desse espaço, com um conjunto de fotos. Essa disposição deixa evidente o caráter fragmentário da coletiva, mas ainda é possível traçar paralelos.

O espaço urbano brasiliense aparece em diferentes aspectos. Sérgio Freitas, na série “Abandono”, escolheu registrar em preto e branco antigas bancas de jornal da W3 Sul, dando conta da decadência e do abandono daquela que já foi a mais importante avenida comercial da cidade. Eduardo Dantas, na sequência “Instransponível”, se debate entre casas abandonadas, ruínas e escombros de construções pela metade. E Mariana Amaral, em “Há Cerca de Tudo”, volta sua câmera para as grades que pontuam calçadas e jardins.

Também num registro poético, Kauê Blass teve que olhar muito para baixo até fechar sua série “Todo Lugar Nenhum”. Ele usa o asfalto como pano de fundo para retratar materiais os mais prosaicos, como sacos plásticos, folhas de árvore e pecinhas de plástico caídas pelo chão.

Tita Cunegundes, escolhida para abrir a mostra logo na entrada da Galeria Ponto, também retrata miudezas. Através de uma melancia cortada, um chapéu de feltro, um ramo de uma árvore, objetos os mais simples e cotidianos, ela busca estabelecer uma espécie de autobiografia pouco convencional na série “Eu Invento Memórias”.

Renata Rosada, Matheus Motta, Zé Renato, Dan Kim, Bruno Cardozo (foto no alto da página), Maísa Rabelo, Mayara Monteiro, Victor Prôa e Duda Affonso também participam da mostra. As obras custam de R$ 130 a R$ 2 mil.

Até quinta (24/12), na Galeria Ponto (710/711 Norte, Bloco D, Loja 23, subsolo, 9873-6868). Terça a sexta, das 14h às 19h; sábado, das 14h às 18h. Livre. Entrada franca.

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