Escolas de samba do DF tiveram prejuízo de R$ 2,5 milhões com cancelamento de desfile
Tomados pelo sentimento de frustração devido á falta de apoio do GDF, organizadores não se animaram sequer a criar eventos em suas próprias quadras para os dias de folia
atualizado
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O Carnaval, que em princípio deveria ser motivo de alegria, tem causado sentimento contrário nos integrantes das escolas de samba do Distrito Federal. É a segunda vez que as agremiações investem em alegorias e fantasias para um desfile que não acontece devido à falta de investimento do GDF no evento.
Segundo o presidente da União das Escolas de Samba do DF, Geomar Leite, os prejuízos estão em torno de R$ 2,5 milhões. Com a conta a pagar, sem expectativas e sem infraestrutura, as escolas mais tradicionais da cidade sequer se animaram a criar uma programação alternativa para os dias de folia.“O sentimento é de frustração”, afirma Leite.
“Maior crise da história”
A Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc) é a escola mais antiga da capital, fundada em 1962. De acordo com o presidente do conselho administrativo da agremiação, Hélio dos Santos, essa foi a maior crise já vivida pela Aruc na história. O prejuízo chega próximo a R$ 150 mil e o medo está em não saber se o material produzido será aproveitado para o carnaval de 2017.
A Aruc não fará nenhuma apresentação durante o feriado de Carnaval. Apenas nessa escola, cerca de 300 pessoas, que trabalham na construção de alegorias, figurino e demais atividades relacionadas ao carnaval, deixaram de contar com estão sem emprego.
A Acadêmicos da Asa Norte está pessimista com o cenário atual. A agremiação também não fará apresentações alternativas durante o feriado. “Não queremos que a escola de samba se torne um bloco de rua”, afirma o presidente Robson Farias.
Para mim, é um sentimento de decepção. Estou me preparando para que essa decepção não seja maior no próximo ano
Robson Farias, presidente da Acadêmicos da Asa Norte
Para ele, a expectativa é de que no ano que vem também não haja desfile das escolas de samba em Brasília. “Para mim, é um sentimento de decepção. Estou me preparando para que essa decepção não seja maior no próximo ano”, comenta.
Apesar da frustração, a bateria da Acadêmicos do Riacho Fundo II preferiu não guardar os instrumentos no armário. O grupo fez uma apresentação na sexta (5/2), no Bar do Alemão, na Asa Norte, e volta a se apresenta no local neste sábado (6/2), a partir das 22h.
O presidente da agremiação, Francisco de Assis, disse que também recorrerá aos parceiros e movimentos sociais para que ritmistas e passistas possam fazer uma apresentação no Riacho Fundo, nestes dias Carnaval, mas até ontem não tinha certeza sobre a realização do evento.