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Um dos mestres da Nouvelle Vague, Jacques Rivette morre aos 87 anos

Diretor francês assinou filmes como “A Religiosa” (1966) e “A Bela Intrigante” (1991) e revolucionou o cinema francês ao lado de François Truffaut, Jean-Luc Godard e Éric Rohmer

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Pascal Le Segretain/Getty Images
Pascal Le Segretain/Getty Images
1 de 1 Pascal Le Segretain/Getty Images - Foto: Pascal Le Segretain/Getty Images

Um dos cineastas franceses mais eruditos da Nouvelle Vague, Jacques Rivette morreu nesta sexta (29/1), aos 87 anos. Segundo o jornal inglês “The Guardian”, ele lutava há anos contra o Mal de Alzheimer.

Tido como um dos nomes mais radicais do movimento francês, Rivette assinou filmes como “A Religiosa” (1966), sobre uma freira cercada por abusos religiosos, e “A Bela Intrigante” (1991), em que discute as relações nem sempre cristalinas entre arte e verdade.

O francês acumula 32 créditos como diretor, incluindo trabalhos narrativos como “Quem Sabe?” (2001) e “Céline e Julie Vão de Barco” (1974).

Numa seara mais experimental, o realizador assinou “Não me Toque” (1971), um imenso painel episódico de 12 horas de duração ambientado no turbulento período após as revoluções de 1968. Retrato sobre o pintor e escritor Raymond Roussel, “36 vues du Pic Saint Loup” (2009) foi o último trabalho do cineasta.

Veja galeria com os principais filmes de Jacques Rivette:

8 imagens
"A Religiosa" (1966): Anna Karina vive uma freira oprimida por madres superiores
"L'amour Fou" (1969): teatro, improviso e vida real
"Não Me Toque" (1971): retrato pós Maio de 1968 de 12 horas de duração, com Jean-Pierre Léaud
"Céline e Julie Vão de Barco" (1974): melodrama feminino com tons de fantasia
"Um Passeio por Paris" (1981): uma misteriosa aventura na capital francesa
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"Paris Nos Pertence" (1961): primeiro longa-metragem

Reprodução
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"A Religiosa" (1966): Anna Karina vive uma freira oprimida por madres superiores

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"L'amour Fou" (1969): teatro, improviso e vida real

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"Não Me Toque" (1971): retrato pós Maio de 1968 de 12 horas de duração, com Jean-Pierre Léaud

Reprodução
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"Céline e Julie Vão de Barco" (1974): melodrama feminino com tons de fantasia

Reprodução
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"Um Passeio por Paris" (1981): uma misteriosa aventura na capital francesa

Reprodução
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"A Bela Intrigante" (1991): um pintor renasce ao encontrar uma nova modelo. Com Michel Piccoli e Jane Birkin

Mubi/Reprodução
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"36 vues du Pic Saint Loup" (2009): drama baseado na vida do escritor e pintor Raymond Roussel

Reprodução

 

Crítico e cineasta
Sempre associado a outros mestres do cinema francês entre os anos 1950 e 1960, Rivette nasceu em Rouen e, na juventude, mudou-se para Paris. Lá, em 1953, foi convidado por André Bazin para integrar a revista “Cahiers du Cinéma”, uma publicação que revolucionaria a análise de filmes e a cinefilia ao fundar o conceito de cinema de autor.

Talentoso escritor, Rivette juntou-se a François Truffaut, Éric Rohmer, Jean-Luc Godard e Claube Chabrol na revista. Todos alimentavam admiração por grandes cineastas americanos, como Howard Hawks, Nicholas Ray e John Ford.

A assimilação desses filmes, somada à influência do Neorrealismo italiano, ajudou a criar os conceitos da Nouvelle Vague, um movimento que defendia narrativa fragmentada, subjetividade e personagens de moral ambígua.

Apesar de ser um dos pioneiros do movimento, Rivette só lançou seu primeiro longa, “Paris Nos Pertence”, em 1961, após a consagração de “Os Incompreendidos” (1959), de Truffaut, e “Acossado” (1960), de Godard. Tornou-se editor da “Cahiers” em 1963 e saiu da publicação dois anos depois.

Retomou a carreira de diretor com “A Religiosa”, conduzindo Anna Karina no papel de uma freira atormentada por madres superiores em um convento. Autor de sagazes personagens femininas, Rivette foi desenvolvendo uma estética própria a partir dos anos 1970, em filmes de longa duração carregados de improviso e histórias de fantasia e conspiração.

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