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Policiais honestos combatem crime e corrupção em “Operações Especiais”

Uma das estreias desta quinta (15/10), filme traz Cleo Pires no papel de uma agente da Polícia Civil destacada para missões arriscadas numa cidade fictícia do Rio de Janeiro

atualizado

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Dan Behr/Divulgação
Dan Behr/Divulgação
1 de 1 Dan Behr/Divulgação - Foto: Dan Behr/Divulgação

Enquanto um grupo de policiais honestos tenta moralizar a política de uma pequena cidade e, ao mesmo tempo, livrar os habitantes da violência, fica difícil não lembrar da cena final de “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora É Outro” (2010). Ali, a câmera sobrevoa a Esplanada dos Ministérios ao som de um discurso do Capitão Nascimento sobre a podridão do tal sistema. Em “Operações Especiais”, os agentes corretos tentam provar que há solução – ainda que em alguns poucos defensores da lei.

Em meio a um tumultuado cenário de corrupção, o filme de Tomás Portella ambiciona se comunicar com um dos desejos mais urgentes (e distantes) da população brasileira – sentir-se protegida por policiais espertos e camaradas. Cleo Pires encarna a personagem perfeita nesse sentido. Formada em turismo, Francis até outro dia ocupava a recepção de um hotel carioca.

Ao ficar sabendo de um concurso para a Polícia Civil, a jovem enxerga uma chance de mudar de vida. Ambientado em 2010, o filme se localiza no período posterior à ocupação do Complexo do Alemão, quando uma porção de criminosos fugiu da capital fluminense e se infiltrou em cidades interioranas. Admitida na corporação, Francis é destacada justamente para acompanhar uma tropa a caminho de um desses municípios – o fictício São Judas do Livramento.

Atuações comprometedoras
O público é colocado na mesma delicada situação de Francis por meio de planos subjetivos e íntimos, conduzidos com firmeza pela diretora de fotografia uruguaia Barbara Alvarez, responsável pelo visual de “Que Horas Ela Volta?”. Filmada quase sempre em episódios tensos – ela ora é alvo de comentários machistas dos colegas, ora sai em missões armadas –, a agente novata encontra apoio no delegado Fróes (Marcos Caruso) e no novo amigo Décio (Fabrício Boliveira).

Com algumas boas cenas de ação, “Operações Especiais” começa a derrapar quando o roteiro envereda por atalhos didáticos. Além de se apoiar no óbvio contraponto do ex-policial miliciano, vivido por Antonio Tabet, o filme antecipa e frustra o impacto das sequências de risco por meio da professoral narração em off do delegado Fróes.

Portella encampa o discurso otimista com ainda mais clareza quando os policiais, de tão honestos e cumpridores da lei, passam a incomodar os políticos locais. Passa longe de ser uma ideia inédita – afinal, sobram filmes americanos sobre a hipocrisia de CIA e FBI –, mas a falta de originalidade não é exatamente um problema.

Se o visual agrada, roteiro e direção de atores parecem comprometer um filme que acerta nas sequências de ação, mas falha gravemente nas (tão essenciais) cenas de escritório e planejamento.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Operações Especiais”.

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