Oscar 2017: Toni Erdmann e O Apartamento disputam filme estrangeiro
Enquanto “Toni Erdmann” é o favorito da crítica, “O Apartamento” cresceu na corrida após a política de imigração imposta por Donald Trump
atualizado
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A categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar costuma representar uma chancela cinéfila da Academia. Uma espécie de “selo de qualidade” para longas que de alguma maneira respondem pelo “melhor do cinema feito fora dos EUA” em uma determinada época. Em 2017, “Toni Erdmann” e “O Apartamento” disputam o prêmio e podem provocar repercussões distintas.
O rol de vencedores (Almodóvar, Bergman, Buñuel, Fellini, Haneke, Kurosawa, Tati etc) mostra a constante busca da Academia por prestígio. Se dependesse da crítica e de boa parte da cinefilia, “Toni Erdmann” seria consagrado antes mesmo de a cerimônia começar.
“O Apartamento”, filme iraniano de produção francesa, carrega o peso de um vencedor do Oscar. Asghar Farhadi surgiu para o mundo dos festivais e prêmios com “A Separação”, ganhador da estatueta em 2011.
Para além das DRs que Farhadi tanto gosta de desenvolver em seus filmes, “O Apartamento” cresceu na disputa por fatores que transcendem o cinema. A recente política de imigração imposta pelo presidente americano Donald Trump mira em pessoas de países muçulmanos. O que inclui iranianos, claro.
Em resposta ao chamado “Muslim ban” (“banimento de Muçulmanos”), Farhadi disse que não comparecerá ao Oscar mesmo se receber visto de entrada nos EUA. A atriz Taraneh Alidoosti, que divide o protagonismo de “O Apartamento” com Shahab Hosseini, também decidiu boicotar a festa.
Enquanto “Toni Erdmann” desbrava uma curiosa relação entre pai e filha, “O Apartamento” explora as crises de um casal de atores durante uma montagem de “A Morte de um Caixeiro Viajante”, peça de Arthur Miller.