Oscar 2017: confira os vencedores da premiação
Após gafe, “Moonlight” bateu “La La Land” e faturou prêmio de melhor filme. Musical acabou como o maior vencedor da noite, com seis troféus
atualizado
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“Moonlight: Sob a Luz do Luar” desbancou “La La Land – Cantando Estações” e ganhou o Oscar de melhor filme. Mas a confirmação só veio após uma tremenda gafe do ator Warren Beatty, que apresentou o prêmio principal ao lado de Faye Dunaway.
Primeiro, Beatty abriu o envelope e Faye declarou “La La Land” como vencedor. Depois, a produção do musical, já no palco, denunciou o erro e chamou a equipe de “Moonlight” para receber a estatueta.
Beatty, astro que estrelou o clássico “Bonnie e Clyde” (1967) com Faye, tentou se explicar. “Abri o envelope e estava escrito ‘Emma Stone, ‘La La Land'”, desculpou-se. Jimmy Kimmel, mestre de cerimônia, deu uma bronca carinhosa em Beatty, mas o clima foi de total constrangimento, tanto na plateia como no palco.
“Moonlight”, dirigido por Barry Jenkins (gif abaixo), terminou a cerimônia com três prêmios: melhor filme, ator coadjuvante (Mahershala Ali) e roteiro adaptado. “La La Land”, presente em 14 categorias, faturou seis, com destaque para melhor diretor (Damien Chazelle) e atriz (Emma Stone).Warren Beatty makes mistake, #Moonlight wins best picture. #Oscars pic.twitter.com/zRZlTTeD2l
— Variety (@Variety) February 27, 2017
Com duas estatuetas cada, “Até o Último Homem (mixagem e montagem) e “Manchester à Beira-Mar” (ator, Casey Affleck, e roteiro original) também tiveram bom desempenho na premiação.
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Apesar da gafe no final, a cerimônia teve emoção e bons discursos
A cerimônia começou em clima de festa. Justin Timberlake saiu do saguão da entrada cantando “Can’t Stop the Feeling”, música da animação “Trolls” indicada ao prêmio, e fez a plateia de artistas ficar de pé para curtir a apresentação.
Um dos momentos mais esperados da noite foi a premiação a Viola Davis, eleita melhor atriz coadjuvante por “Um Limite Entre Nós”, dirigido e protagonizado por Denzel Washington. Em seu belo discurso de agradecimento, falou sobre a importância de valorizar as pessoas comuns e celebrou a arte dos atores.
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“As pessoas me perguntam o tempo todo: ‘Que tipo de histórias você quer contar?’ As histórias de pessoas que sonharam. Essa profissão celebra o que significa viver uma vida. Isso é para o August Wilson, que exumou e exaltou as pessoas comuns”, disse emocionada, em homenagem ao autor da peça que serviu de inspiração ao filme.
Antes, outro aguardado troféu foi entregue a Mahershala Ali, melhor ator coadjuvante de “Moonlight: Sob a Luz do Luar”. Nos agradecimentos, o intérprete preferiu não repetir o discurso político que fez quando venceu o SAG (sindicato dos atores), há algumas semanas.
Veja galeria com os melhores momentos da cerimônia:
As vitórias e derrotas de “La La Land”
Concorrendo em 14 categorias, o musical “La La Land” tinha chances de ganhar 13 prêmios, já que foi duplamente lembrado em melhor canção. No início da premiação, acumulou derrotas em mixagem de som (“Até o Último Homem”), edição de som (“A Chegada”) e figurino (“Animais Fantásticos”).
A cerimônia começou às 22h30, mas o primeiro prêmio do favorito ao Oscar só foi revelado à 0h15: melhor design de produção. O troféu de montagem, um dos mais importantes entre os técnicos, ficou para o drama de guerra “Até o Último Homem”, dirigido por Mel Gibson.
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“La La Land” voltou a ganhar fôlego quando foram revelados os prêmios de melhor trilha sonora e melhor canção (o hit “City of Stars”). Amigo do diretor Damien Chazelle desde os tempos de faculdade, em Harvard, Justin Hurwitz recebeu troféus nas duas categorias.
Minutos depois, Chazelle (gif acima) se tornou o diretor mais jovem da história do Oscar a levar o prêmio de melhor diretor: 32 anos recém-completados em janeiro.
Blockbusters
Correndo em paralelo às categorias principais, blockbusters também beliscaram prêmios. “Esquadrão Suicida”, alvo preferencial da crítica em 2016, venceu melhor maquiagem, enquanto “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, derivado de “Harry Potter”, abocanhou o prêmio de melhor figurino.
Jimmy Kimmel, Hollywood vs Trump e questões raciais
Em seu monólogo inicial, o comediante Jimmy Kimmel comentou de passagem alguns dos indicados e não deixou de cutucar Donald Trump. “Ano passado, o Oscar era racista. Esse ano, não”, disse. “Os negros salvaram a Nasa e os brancos salvaram o jazz”, brincou, fazendo referência a “Estrelas Além do Tempo” e “La La Land – Cantando Estações”.
“Nos Estados Unidos, não temos discriminação de países. Mas de idade e peso”, ironizou Kimmel, em referência às estrelas de Hollywood. Trump voltou ao discurso de Kimmel quando o comediante falou sobre Meryl Streep, recordista entre atores e atrizes com 20 indicações.
“Atriz superestimada”, disse o apresentador, lembrando o termo usado pelo presidente americano no Twitter, em resposta às críticas feitas pela atriz no Globo de Ouro.
Em outro momento, Kimmel reforçou as rusgas entre Donald Trump e Hollywood. Ao apresentar Cheryl Boone Isaacs, presidente da Academia, ele reforçou que “aqui temos uma presidente que se importa com as artes”. Ao vivo, o comediante mandou tweets para o presidente, famoso por suas postagens polêmicas na rede social. Em um deles, o recado foi #Merylsayshi (“Meryl diz oi”).
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Os discursos anti-Trump continuaram na premiação de melhor filme estrangeiro. “O Apartamento” desbancou “Toni Erdmann”. No palco, foi lida uma carta do diretor Asghar Farhadi, que se recusou a ir à cerimônia por causa da polêmica lei de imigração imposta por Trump.
“Os cineastas podem usar câmeras para criar empatia entre nós e os outros. Uma empatia de que precisamos hoje em dia mais do que nunca”, diz a missiva.
Apresentando os prêmios de animação, o mexicano Gael García Bernal criticou o muro que Donald Trump pretende construir para separar Estados Unidos e México. “Sou contra qualquer tipo de parede que tente nos separar”. Nas categorias, só deu Disney: “Piper” entre os curtas e “Zootopia” nos longas animados.
As questões raciais também marcaram presença nos discursos. Tarell Alvin McCraney, que dividiu o Oscar de roteiro de “Moonlight” com Barry Jenkins, dedicou o troféu à comunidade afro-americana, em especial aos jovens e adolescentes.
Veja os vencedores (em negrito) da estatueta no Oscar 2017:
Melhor filme
“A Qualquer Custo”, de David Mackenzie
“A Chegada”, de Denis Villeneuve
“Até o Último Homem”, de Mel Gibson
“Estrelas Além do Tempo”, de Theodore Melfi
“La La Land – Cantando Estações”, de Damien Chazelle
“Um Limite Entre Nós”, de Denzel Washington
“Lion – Uma Jornada para Casa”, de Garth Davis
“Manchester à Beira-Mar”, de Kenneth Lonergan
“Moonlight – Sob a Luz do Luar”, de Barry Jenkins
Melhor direção
Barry Jenkins (“Moonlight – Sob a Luz do Luar”)
Damien Chazelle (“La La Land – Cantando Estações”)
Denis Villeneuve (“A Chegada”)
Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”)
Mel Gibson (“Até o Último Homem”)
Melhor atriz
Emma Stone (“La La Land – Cantando Estações”)
Isabelle Huppert (“Elle”)
Meryl Streep (“Florence – Quem É Essa Mulher?”)
Natalie Portman (“Jackie”)
Ruth Negga (“Loving”)
Melhor ator
Andrew Garfield (“Até o Último Homem”)
Casey Affleck (“Manchester à Beira-Mar”)
Denzel Washington (“Um Limite Entre Nós”)
Ryan Gosling (“La La Land – Cantando Estações”)
Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”)
Melhor atriz coadjuvante
Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”)
Naomie Harris (“Moonlight – Sob a Luz do Luar”)
Nicole Kidman (“Lion – Uma Jornada para Casa”)
Octavia Spencer (“Estrelas Além do Tempo”)
Viola Davis (“Um Limite Entre Nós”)
Melhor ator coadjuvante
Dev Patel (“Lion – Uma Jornada para Casa”)
Jeff Bridges (“A Qualquer Custo”)
Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”)
Mahershala Ali (“Moonlight – Sob a Luz do Luar”)
Michael Shannon (“Animais Noturnos”)
Melhor roteiro adaptado
“A Chegada” (Eric Heisserer)
“Estrelas Além do Tempo” (Allison Schroeder e Theodore Melfi)
“Um Limite Entre Nós” (August Wilson)
“Lion – Uma Jornada para Casa” (Luke Davies)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Barry Jenkins)
Melhor roteiro original
“20th Century Women” (Mike Mills)
“A Qualquer Custo” (Taylor Sheridan)
“A Lagosta” (Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou)
“La La Land – Cantando Estações” (Damien Chazelle)
“Manchester à Beira-Mar” (Kenneth Lonergan)
Melhor montagem
“A Qualquer Custo” (Jake Roberts)
“A Chegada” (Joe Walker)
“Até o Último Homem” (John Gilbert)
“La La Land – Cantando Estações” (Tom Cross)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Nat Sanders e Joi McMillon)
Melhor trilha sonora
“Jackie” (Mica Levi)
“La La Land – Cantando Estações” (Justin Hurwitz)
“Lion – Uma Jornada para Casa” (Dustin O’Halloran e Hauschka)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Nicholas Brittel)
“Passageiros” (Thomas Newman)
Melhor animação
“Kubo e as Cordas Mágicas”, de Travis Knight
“Moana – Um Mar de Aventuras”, John Husker e Ron Clements
“Minha Vida de Abobrinha”, de Claude Barras
“A Tartatura Vermelha”, de Michael Dudok de Wit
“Zootopia”, de Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush
Melhor filme estrangeiro
“O Apartamento” (Irã/França), de Asghar Farhadi
“Um Homem Chamado Ove” (Suécia), de Hannes Holm
“Land of Mine” (Dinamarca/Alemanha), de Martin Zandvliet
“Tanna” (Austrália), Martin Butler de Bentley Dean
“Toni Erdmann” (Alemanha), de Maren Ade
Melhor documentário
“A 13ª Emenda”, de Ava DuVernay
“Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi
“Eu Não Sou Seu Negro”, de Raoul Peck
“Life Animated”, de Roger Ross Williams
“O.J.: Made in America”, de Ezra Edelman
Melhores efeitos visuais
“Doutor Estranho”
“Horizonte Profundo”
“Kubo e as Cordas Mágicas”
“Mogli – O Menino Lobo” (Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones e Dan Lemmon)
“Rogue One – Uma História Star Wars”
Melhor fotografia
“A Chegada” (Bradford Young)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (James Laxton)
“La La Land – Cantando Estações” (Linus Sandgren)
“Lion – Uma Jornada para Casa” (Greig Fraser)
“Silêncio” (Rodrigo Prieto)
Melhor design de produção
“A Chegada” (Patrice Vermette)
“Animais Fantásticos e Onde Habitam” (Stuart Craig)
“Ave, César!” (Jess Gonchor)
“La La Land – Cantando Estações” (David Wasco)
“Passageiros” (Guy Hendrix Dyas)
Melhor figurino
“Aliados” (Joanna Johnston)
“Animais Fantásticos e Onde Habitam” (Colleen Atwood)
“Florence – Quem É Essa Mulher?” (Consolata Boyle)
“Jackie” (Madeline Fontaine)
“La La Land – Cantando Estações” (Mary Zophres)
Melhor maquiagem e penteado
“Um Homem Chamado Ove” (Eva von Bahr e Love Larson)
“Star Trek: Sem Fronteiras” (Joel Harlow e Richard Alonzo)
“Esquadrão Suicida” (Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Allen Nelson)
Melhor canção original
“Audition (The Fools Who Dream)” (“La La Land”)
“Can’t Stop the Feeling” (“Trolls”)
“City of Stars” (“La La Land”)
“The Empty Chair” (“Jim: The James Foley Story”)
“How Far I’ll Go” (“Moana – Um Mar de Aventuras”)
Melhor mixagem de som
“13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”
“A Chegada”
“Até o Último Homem” (Kevin O’Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace)
“La La Land – Cantando Estações”
“Rogue One – Uma História Star Wars”
Melhor edição de som
“A Chegada” (Sylvain Bellemare)
“Até o Último Homem”
“Horizonte Profundo”
“La La Land – Cantando Estações”
“Sully – O Herói do Rio Hudson”
Melhor curta de animação
“Blind Vaysha”, de Theodore Ushev
“Borrowed Time”, de Andrew Coats e Lou Hamou-Lhadj
“Pear Cider and Cigarettes”, de Robert Valley e Cara Speller
“Pearl”, de Patrick Osborne
“Piper – Descobrindo o Mundo”, de Alan Barillaro
Melhor curta de documentário
“4.1 Miles”, de Daphne Matziaraki
“Os Capacetes Brancos”, de Orlando von Einsiedel
“Extremis”, de Dan Krauss
“Joe’s Violin”, de Kahane Cooperman
“Watani: My Homeland”, de Marcel Mettelsiefen
Melhor curta de ficção
“Ennemis Intérieurs”, de Sélim Azzazi
“La Femme et le TGV”, de Timo von Gunten
“Silent Nights”, de Aske Bang e Kim Magnusson
“Sing”, de Kristof Deák e Anna Udvardy
“Timecode”, de Juanjo Giménez