Jennifer Lawrence alimenta o sonho americano em “Joy – O Nome do Sucesso”
Atriz volta a contracenar com Bradley Cooper e Robert De Niro nesta história sobre uma dona de casa que construiu um império ao inventar um revolucionário esfregão
atualizado
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O fenômeno chamado Jennifer Lawrence pode até ter sido revelado por meio da franquia adolescente “Jogos Vorazes”. Mas o prestígio conquistado na temporada de premiações, com três Globos de Ouro e um Oscar, tem um responsável: David O. Russell. Ela foi dirigida pelo cineasta em “O Lado Bom da Vida” (2012) e “Trapaça” (2013), sempre acompanhada por Bradley Cooper e Robert De Niro. O quarteto volta a se reunir em “Joy – O Nome do Sucesso”.
Com um tom de biografia não oficial, Jennifer vive Joy Mangano, uma dona de casa que formou seu próprio império industrial ao inventar um esfregão revolucionário (o Miracle Mop), no começo dos anos 1990. Narrada pela avó da personagem-título, Mimi (Diane Ladd), a trajetória é digna de uma saga familiar da Hollywood clássica.
Um dramalhão com bons atores
Não por acaso, boa parte da trama narra a relação distante entre Joy e a mãe, Terry (Virginia Madsen), que passa horas a fio vendo novelas na televisão. A jovem tem dois filhos, é divorciada, mas acolheu o ex-marido Tony (Édgar Ramirez) em seu porão. Sempre que Rudy (De Niro), o pai, aparece, cria-se um barraco familiar.
Há ainda a invejosa Peggy (Elisabeth Röhm), meia-irmã de Joy e fruto do primeiro casamento de Rudy. Mesmo após bolar o esfregão, ela sofre para fazer o produto vingar na televisão, com a ajuda de Neil Walker (Cooper), produtor de uma rede local.
Russell repete o temperamento folhetinesco que usou em “Trapaça”, espécie de sátira dos filmes de gângster. “Joy” é um típico dramalhão sobre vencer na vida em que essa estética kitsch serve para compor personagens estridentes e sufocantes de maneira proposital.
O papel de Jennifer é tão idealizado quanto as personas de James Stewart nos filmes de Frank Capra, como “A Felicidade Não se Compra” (1946). A bondade inesgotável de Joy rima perfeitamente com a utopia da América das oportunidades, em que o trabalho duro é premiado com sucesso e dinheiro.
Essa estrutura não é exatamente nova para Russell. O choque entre contendas familiares e sonhos pessoais engendra o drama de boxe “O Vencedor” (2010), filme que apresentou o diretor à temporada de premiações. Apesar de nunca esconder a verve novelesca, “Joy” sofre com problemas de ritmo – sobretudo na primeira metade – e com a volatilidade dos coadjuvantes. É, para o bem e para o mal, um filme de Jennifer Lawrence.
Avaliação: Regular
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