Faroestes clássicos e pouco badalados para ver no Netflix
Em cartaz no Cine Brasília, “Jauja” relê o western com uma mistura de tradição e absurdismo. Conheça cinco importantes filmes do gênero disponíveis no serviço de streaming
atualizado
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Em “Jauja”, longa exibido no Cine Brasília, a jornada de um homem (Viggo Mortensen) em busca da filha pelos pampas argentinos remete diretamente ao clássico “Rastros de Ódio” (1956), o faroeste canônico por excelência dirigido por John Ford.
Outros grandes filmes do gênero estão disponíveis para o público brasileiro no Netflix. Títulos pouco badalados e obras do porte de “Rastros” permeiam o catálogo. Escolhemos cinco opções que merecem sua atenção – seja você um fã ou um leigo quando o assunto é bangue-bangue:
“Rio Vermelho” (1948)
Talvez o grande entertainer da Hollywood clássica, Howard Hawks bem que merecia mais carinho do Netflix brasileiro. Há apenas dois títulos do diretor no catálogo. Um é o divertidíssimo “Hatari!” (1962).
O outro é esta aventura inspirada pelos transportes de gado no velho oeste norte-americano. O bruto personagem de John Wayne polariza uma rivalidade com seu filho adotado, vivido por Montgomery Clift. Walter Brennan, um dos coadjuvantes mais divertidos do gênero, compõe o elenco.
“O Homem que Matou o Facínora” (1962)
Feito numa época em que Hollywood começava a viver uma crise financeira e estética, este western de John Ford ainda é tratado como talvez o último suspiro do gênero na fase clássica da indústria, situada entre os anos 1930 e a década de 1950. A própria trama traz uma reflexão intensa sobre a mítica do faroeste.
Ransom Stoddard (James Stewart), um senador famoso por ter matado o temido Liberty Valance, retorna à terra natal para o funeral do amigo Tom Doniphon (John Wayne). A visita ganha um tom de acerto de contas com o passado quando Stoddard decide finalmente contar o que aconteceu em seu célebre ato de heroísmo.
“A Morte Anda a Cavalo” (1967)
Os ágeis close-ups do spaghetti western acompanham dois homens com sede de vingança no filme mais celebrado do italiano Giulio Petroni. Quinze anos após ver a família chacinada por um bando de criminosos, Bill (John Phillip Law) desbrava áridas paisagens atrás dos assassinos.
Nas buscas, encontra Ryan (Lee Van Cleef), um ex-presidiário que também zanza à procura de inimigos. O tema musical, assinado pelo sempre certeiro Ennio Morricone, é citado por Tarantino em “Kill Bill – Volume 1” (2003).
“A Marca da Forca” (1968)
“Três Homens em Conflito” (1966), faroeste mais popular estrelado por Clint Eastwood, também está no Netflix. Após a trilogia de Sergio Leone, o astro deixou a persona do pistoleiro silencioso para trás e começou a firmar a carranca de justiceiro que o definiria na década de 70.
Aqui, ele vive um inocente que sobreviveu a um linchamento. Ele retorna para o lugar onde tanto sofreu para se vingar de seus torturadores.
https://youtu.be/bJqIbHT1-lM
“Quando Explode a Vingança” (1971, foto no alto)
É no mínimo curioso que o Netflix nacional tenha os dois filmes mais populares de Sergio Leone – “Três Homens em Conflito” e “Era uma Vez no Oeste” (1968) – e o mais subestimado do italiano.
Segunda parte da trilogia “Era uma Vez”, este exemplar retorna à revolução mexicana da década de 1910 para narrar a amizade improvável entre um bandido fanfarrão (Rod Steiger) e um especialista em explosivos (James Coburn). Entre a comédia escrachada e a sátira política, “Quando Explode a Vingança” ainda reúne alguns dos timbres mais curiosos compostos por Ennio Morricone.