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Crítica: “Power Rangers” quer fisgar pela nostalgia, mas derrapa feio

Nova versão dos Power Rangers pesa a mão na nostalgia e desenvolve crônica sobre adolescentes interioranos

atualizado

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Paris Filmes/Divulgação
power rangers filme
1 de 1 power rangers filme - Foto: Paris Filmes/Divulgação

“Power Rangers” não tem convicção de que filme quer ser. Começa à la “Poder sem Limites (2012), na forma de uma crônica sobre adolescentes interioranos que buscam desenvolver identidades e entender superpoderes recém-adquiridos de pedras mágicas.

A nova versão da popular série infantil dos anos 1990 também pretende mexer com a nostalgia dos que se dizem fãs do programa. Mas até o fan service soa distanciado, meio cínico e um tanto consciente de que articular referências ao original serve apenas para que se chegue a um produto “melhor”, nem tão cafona, nem tão sério.

Por isso, ainda que os elementos básicos apareçam preservados — dos Rangers coloridos à batalha final entre seres gigantes (os tais mecha), passando pelo tema musical “Go, go, Power Rangers” –, o filme prefere se refugiar atrás da pose de blockbuster irônico do que se assumir como franca autohomenagem.

O melhor do filme vem mesmo nos minutos inicias, quando o diretor Dean Israelite desenvolve o quinteto como se estivesse rodando um roteiro de John Hughes. Cada personagem representa as diferentes crises da adolescência: do talento desperdiçado de Jason (Dacre Montgomery), astro problemático do time de futebol americano do colégio, ao jeito introspectivo e defensivo de Trini (Becky G).

Blockbuster autoconsciente
A garota popular Kimberly (Naomi Scott), o nerd Billy (RJ Cyler) e o inconsequente Zack (Ludi Lin) completam a turma. Um timing perfeito faz com que os cinco se encontrem no mesmo lugar e na mesma hora diante de rochas mágicas cravadas na terra milhões de anos atrás. As pedras fornecem habilidades especiais e reforçam a personalidade forte de cada um.

Mas, obviamente, “Power Rangers” está mais interessado nas capacidades destrutivas de cada um do que numa releitura de “Clube dos Cinco” (1985). É quando entra uma Elizabeth Banks esverdeada e com passe livre para praticar caretas e expressões exageradas na pele da vilã Rita Repulsa. Eis o plano para dominar o mundo: erguer um monstro de ouro (isso mesmo) para achar e destruir um cristal responsável pela vida na Terra.

“Power Rangers” poderia ter um certo carisma inerente à série original, mas prefere o modelo preguiçoso do blockbuster autoconsciente. Talvez faça sentido somente para os fãs mais saudosistas. E olhe lá.

Avaliação: Ruim

Veja horários e salas de “Power Rangers”.

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