Crítica: “Ouija – Origem do Mal” mira clima retrô e diverte
“Ouija – Origem do Mal” volta ao ano de 1965 e mostra uma garotinha que usa o tabuleiro místico para se comunicar com espíritos (bons e ruins)
atualizado
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Em alta na indústria de cinema, o terror tem se expandido no formato já manjado de franquias, entre filmes de origem e continuações. Existem até subfranquias de sagas mais conhecidas – caso de “Annabelle”, derivada de “Invocação do Mal”. “Ouija – Origem do Mal” serve de prelúdio para o fraco “Ouija – O Jogo dos Espíritos” (2014). Felizmente, a novidade toma distância do primeiro capítulo.
O longa adere ao clima retrô de “Invocação do Mal”, com boa atmosfera de época e sacadas espertas de movimentos de câmera que lembram um cinema feito décadas atrás. Ambientado em 1965, em Los Angeles, o filme acompanha a vida de Alice (Elizabeth Reaser), uma vidente charlatã, e suas duas filhas. O marido/pai morreu recentemente.
Nenhuma delas se recuperou totalmente do trauma. A brincadeira com o oculto vira coisa séria e, claro, impõe consequências. Doris (Lulu Wilson) consegue usar o tabuleiro de Ouija para fazer contato com o além.
Como em qualquer filme de terror, há regrinhas básicas que os personagens convenientemente quebram sem saber. O tabuleiro de Ouija revela três instruções: 1) nunca jogue sozinho, 2) nunca jogue num cemitério e 3) sempre diga adeus.
Clima de terror clássico e rústico: nada original, mas divertido
O talento de Doris para se comunicar com o sobrenatural gera desconfiança na irmã mais velha, Paulina (Annalise Basso), e no padre que dirige o colégio local (Henry Thomas, o garotinho de “E.T.”). Mas a mãe se encanta com a possibilidade de conversar com o marido.
O jovem diretor Mike Flanagan, de 38 anos, parece mais interessado em perseguir uma textura de filme de terror clássico do que na historinha sobrenatural. Nesse sentido, é curioso notar uma certa vibração na maneira como ele conduz as cenas mais pesadas e a performance da talentosa Lulu Wilson.
Flanagan é da mesma geração de James Wan, autor das franquias “Invocação do Mal” e “Sobrenatural”. Tal qual o malaio, trabalha rápido e faz filmes baratos. Tanto que, só em 2016, Flanagan lançou outros dois títulos de terror: o ótimo “Hush – A Morte Ouve” (leia crítica), distribuído diretamente na Netflix, e “O Sono da Morte”.
“Ouija – Origem do Mal” não traz e nem tenta erguer algo original. Mas é funcional e divertido no jeito como fabrica um ar de terror datado e rústico e consegue atrair o espectador para mergulhar nessa experiência.
Avaliação: Bom
Veja horários e salas de “Ouija – Origem do Mal”.