Crítica: em “Despedida em Grande Estilo”, aposentados viram ladrões
Em “Despedida em Grande Estilo”, Morgan Freeman, Michael Caine e Alan Arkin armam vingança contra um banco
atualizado
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“Despedida em Grande Estilo” é mais uma dessas comédias de Hollywood que aproveitam atores idosos para brincar com os clichês da velhice. Quando o medo da morte vira entretenimento leve sobre aproveitar a vida até o último suspiro.
Morgan Freeman, 79 anos, esteve em quase todas as recentes comédias de “adeus”: a franquia “Red – Aposentados e Perigosos”, “Antes de Partir” (2007) e “Última Viagem a Vegas” (2013). Desta vez, ele forma um trio improvável de ladrões de banco ao lado de Michael Caine (84) e Alan Arkin (83).
Dirigido pelo comediante Zach Braff, da série de comédia hospitalar “Scrubs” (2001-2010), “Despedida em Grande Estilo” é um remake do filme de mesmo título lançado em 1979. Nos dias de hoje, Braff usa a crise econômica como mote para que três velhos amigos encontrem no crime a solução para os problemas – e a adrenalina necessária para se sentirem mais vivos do que nunca.Willie (Freeman), Joe (Caine) e Albert (Arkin) trabalharam durante anos para uma grande empresa. De repente, a firma é vendida, encerra as atividades nos Estados Unidos e eles param de receber os depósitos da aposentadoria. O que acarreta em acúmulo de dívidas imobiliárias e bancárias.
Ótimo trio, trama sonolenta
Joe vai ao banco para entender a dívida e acaba presenciando um assalto realizado por ladrões mascarados. O episódio inspira os amigos a tentarem algo parecido. Fantasiados como o Rat Pack (Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr.), decidem acertar as contas com a instituição financeira.
Braff tem um olhar tão generoso quanto óbvio para a composição dos personagens e carrega para o filme as principais marcas de cada ator: Caine faz uma persona solene, tipicamente gentil e britânica; Freeman encarna o conselheiro sábio e vivido; e Arkin repete as rabugices e o cinismo de outros tempos.
Apesar do trio carismático, “Despedida em Grande Estilo” sofre quando precisa tocar a trama adiante e desenvolver os planos para o assalto. É quando o filme perde em simpatia e adere fácil demais aos clichês do gênero, a despeito do bom antagonista policial interpretado por Matt Dillon.
Ainda assim, antes uma comédia de assalto apenas regular do que a fórmula gasta da franquia de ação “Red” ou a “despedida” preguiçosa vista em “Última Viagem a Vegas”.
Avaliação: Regular
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