Crítica: “Ao Cair da Noite” mostra fim de mundo com famílias em crise
Da mesma produtora de “A Bruxa”, terror narra os atos extremos de um grupo de sobreviventes que tenta se proteger de uma infecção mortal
atualizado
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“Ao Cair da Noite” é como uma versão indie de “The Walking Dead”. Pai, mãe e filho, Paul (Joel Edgerton), Sarah (Carmen Ejogo) e Travis (Kelvin Harrison Jr.) vivem numa cabana no meio da mata. Só saem de casa empunhando armas e com máscaras no rosto.
Há claramente uma infecção lá fora que deve ter esvaziado cidades inteiras e espalhado os sobreviventes por regiões florestais ermas. Quem vive não está muito melhor de quem já se foi. O filme abre com pai, mãe e filho sacrificando o avô, visivelmente adoentado, com manchas e feridas no corpo.
Um terror de dentro para fora
O grande debate do filme não é com o que está lá fora, seja esse mal sobrenatural, biológico ou resultado de um malfadado experimento científico. Toda o formalismo visual do filme – Shults é, afinal, cria de Terrence Malick – indica uma crônica sobre derretimento familiar disfarçada de terror pós-apocalíptico.
E esse desmantelamento surge justamente quando Paul, Sarah e Travis são intimados, pela força do atual estado caótico das coisas, a receber e ajudar outra família – Will (Christopher Abbott), Kim (Riley Keough) e o garotinho Andrew (Griffin Robert Faulkner).
Produto da A24, mesmo selo que emplacou o terror indie “A Bruxa” (2016), “Ao Cair da Noite” narra um fim de mundo de dentro para fora. No papel, soa genial. Na tela, o que se vê é um filme empostado, autoimportante e escorado no fatalismo.
Avaliação: Regular
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