Crítica: “Antes que Eu Vá” é decalque teen de “Feitiço do Tempo”

“Antes que Eu Vá” é mais um filme que engrossa a indústria de adaptações de livros young adult, como “A Culpa É das Estrelas” (2014) e a recente série “13 Reasons Why”. Todos esses livros/longas, outros mais, outros menos, usam a morte para narrar angústias, paixões e incertezas da adolescência e da juventude, às vésperas da vida adulta.

Em “Antes que Eu Vá”, a adolescente Sam (Zoey Deutch) frequenta o último ano do ensino médio. No Dia do Cupido, uma sexta, a popular garota acorda, vai ao colégio com as três melhores amigas, coleciona flores recebidas de admiradores e, à noite, curte uma festa. O plano é perder a virgindade hoje mesmo com o namoradinho (Kian Lawley).

As coisas não dão certo, a balada termina em barraco com a tímida Juliet (Elena Kampouris), alvo de bullying do quarteto, e Sam e as amigas pegam a estrada de volta para casa. Um acidente torna a noite um borrão. Até que Sam acorda, dia após dia, na mesma sexta-feira em que teve sua vida interrompida.

Versão adolescente (e ingênua) de “Feitiço do Tempo”
“Antes que Eu Vá”, livro (de Lauren Oliver) e filme, nem tentam esconder o quanto se inspiraram em “Feitiço do Tempo” (1993), comédia em que o jornalista interpretado por Bill Murray desperta todas as manhãs no mesmo maldito, infeliz e cômico Dia da Marmota.

Nas mãos da diretora Ry Russo-Young, “Feitiço do Tempo” ganha uma atualização teen. Sam precisa aceitar o golpe do destino para, assim, aprender algo com a própria morte. Quanto mais ela teima em aproveitar o dia de maneiras irresponsáveis, mais ela se vê encarcerada na rotina de sempre.

Seria curioso se “Antes que Eu Vá” realmente repetisse o truque narrativo de “Feitiço do Tempo” para fabricar algo autêntico. Em vez disso, o filme prefere aproveitar a estrutura para meramente impor lições de moral batidas a uma adolescente cujo destino, calculado desde o primeiro minuto de filme, é se transformar em uma pessoa melhor no último dia de vida.

Avaliação: Regular

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