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Crítica: “Alien: Covenant” é terror espacial derivativo, mas eficiente

Novo filme de Ridley Scott continua a saga de origem iniciada em “Prometheus” e tenta resgatar elementos do sufocante “O Oitavo Passageiro”

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1 de 1 alien covenant michael fassbender - Foto: Fox/Divulgação

“Alien: Covenant” é a promessa de um retorno de Ridley Scott aos labirintos escuros, vapores quentes, secreções ácidas e gritos abafados de “Alien, o Oitavo Passageiro” (1979). Ao mesmo tempo, o diretor inglês sabe que também precisa atingir certas notas explicativas para continuar a mitologia de origem iniciada em “Prometheus” (2012).

Não é que Scott tenha se arrependido de “Prometheus”, o mais próximo que o cinema já teve de uma adaptação hollywoodiana do clássico pseudocientífico “Eram os Deuses Astronautas?”, de Erich von Däniken.

Mas, de certa maneira, fica claro que o diretor pretende aparar algumas arestas do filme de 2012 ao se aproximar do terror espacial rude e sangrento que atravessa os outros filmes da franquia. Assim, ele embarca na Covenant, uma nave colonizadora a caminho de um planeta que parece habitável aos seres humanos.

A comunidade que ali se fixará é composta por mais de dois mil colonos e uma tripulação formada por casais e pelo androide Walter (Michael Fassbender), versão atualizada do David de “Prometheus”. Daniels (Katherine Waterston), a “nova Ripley”, passa por um trauma a bordo: Branson, capitão e marido, morreu na câmara de hipersono após uma tempestade espacial.

Entre “Prometheus”, “O Oitavo Passageiro” e… “Blade Runner”
As coisas obviamente voltam a dar errado quando o novo capitão, Oram (Billy Crudup), decide mudar de rota ao captar o sinal de um planeta próximo, mas amistoso. Que tal um desvio a caminho de David e encontrar patógenos, parasitas e xenomorfos raivosos?

Scott parece desengonçado ao firmar a identidade de cada um dos tripulantes – há cientistas, militares e exploradores, todos igualmente ingênuos. De qualquer maneira, qualquer fragilidade talvez seja perdoável diante de algumas vigorosas cenas de horror e do clima excêntrico de suspense provocado pelo retorno de David.

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Se “Prometheus” era a humanidade perigosamente tateando suas origens, “Covenant” é a crônica nervosa sobre os dilemas e as tentações do ato de criação. Nesse sentido, espere ver um David, o androide sentimental, tão ameaçador quanto qualquer alienígena.

No fim das contas, “Covenant” é tão derivado de “O Oitavo Passageiro” quanto, por vias informais mas propositais, de “Blade Runner” (1982), outra ficção científica mui cultuada de Ridley Scott.

Avaliação: Bom

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