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Avô e neto farreiam na comédia “Tirando o Atraso”

Humor escrachado e vulgar de produtor de “Borat” ridiculariza o veterano Robert De Niro, protagonista do filme ao lado de Zac Efron

atualizado

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Lionsgate/Divulgação
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1 de 1 Lionsgate/Divulgação - Foto: Lionsgate/Divulgação

Bem que muito jovem por aí ia adorar ter como avô ninguém menos do que Robert De Niro, mas não do jeito que ele aparece na comédia “Tirando o Atraso”. Aqui ele é Dick, um ex-boina-verde que acaba de ficar viúvo e agora resolve ir à forra e “recuperar o tempo perdido” ao lado do neto almofadinha e esnobe Jason Kelly (Zac Efron). O rapaz está prestes a se casar, mas é escalado, na última hora, para acompanhar o coroa num road movie pela Flórida.

Acontece que vovô Dick, agora livre para voar, após um casamento de 40 anos, não tem nada a perder. Irresponsável, ele revela uma faceta suja que a família desconhecia, levando o mimado Jason para o mau caminho e se metendo nas mais estranhas e absurdas situações por Daytona Beach. “Antes de morrer sua avó me pediu que eu voltasse à ativa”, explica ao neto.

Controlado desde pequeno pelo pai autoritário (Dermot Mulroney), Jason parte nessa missão sem ter certeza de que quer mesmo se casar. No caminho, esbarra com uma amiga do passado e, com ajuda do avô assanhado, começa a rever o futuro. Mas faz tudo errado, se metendo em brigas de bar, simulando sexo oral com crianças na praia e andando em trajes de Adão numa festa regada a hectolitros de álcool e ecstasy. Drogas também.

De Niro se deixa ridicularizar por humor escrachado e vulgar
Dirigido por Dan Mazer – o roteirista e produtor inglês responsável pelas comédias protagonizadas por Sasha Baron Cohen (“Borat” e “Bruno”) -, o filme é de uma grosseria desmedida com seu humor escrachado e vulgar. Já começa mal trazendo o veterano Robert De Niro numa desnecessária e constrangedora cena de masturbação. Mas enfim, o que as pessoas não fazem por dinheiro. Ou talvez pela falta dele.

Desbocado, safado e imoral, o personagem do ator faz sombra ao passado radical e rebelde dos tempos em que ele era o protagonista preferido da geração de diretores que tomou de assalto a “Nova Hollywood”, nos anos 70 e 80. Reduzido a uma caricatura tosca, o astro setentão se deixa ridicularizar por meio de diálogos pobres e chulos, passando a trama inteira correndo atrás de uma adolescente para transar. O horror!

A deselegância e gosto rasteiro de “Tirando o Atraso” chega ao disparate de plagiar um dos melhores diálogos do mestre Billy Wilder escrito para o clássico “O Pecado Mora ao Lado”, aquele estrelado por Marilyn Monroe em 1957. Para bom entendedor, não existe sacrilégio maior.

Avaliação: Ruim

Veja horários e salas de “Tirando o Atraso”.

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