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Amy, de Asif Kapadia

Uma visceral transformação sofrida pela jovem e talentosa inglesa

atualizado

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Amy Winehouse
1 de 1 Amy Winehouse - Foto: Wikipedia

Eu sempre nutri grande admiração por documentários. documentários biográficos então, nem se fale. Sempre foram capazes de nutrir em mim uma curiosidade desmedida sobre seus objetos de relato e acabavam por me transportar para o universo daquelas pessoas que tinham algo de fantástico em suas vidas.

Dirigido por Asif Kapadia, o documentário “Amy” é capaz de nos transportar, ferozmente, como aparentemente tudo na vida daquela artista, para a turbulenta e nebulosa mente de Amy Winehouse, brilhante artista inglesa morta em 2011 em decorrência de graves complicações em sua saúde decorrentes dos contínuos e abusivos usos de narcóticos e álcool.

O impecável trabalho de Kapadia se revela no vastíssimo material de áudio e vídeo a que ele teve acesso e a interessante forma em que ele conduz a história da artista: apenas depoimentos em áudio sobre imagens de Amy em vídeos – em sua maioria caseiros – de sua infância até às vésperas de sua morte.

Vários são os elementos de impacto em Amy. Seja a quantidade de material explorado pelo diretor, seja pela visceral transformação sofrida pela jovem e talentosa inglesa que talvez nunca quisesse ter alcançado o sucesso no nível que alcançou.

Kapadia é capaz de mostrar os demônios que perseguiram Amy por toda sua vida, hiperbolizado pela ausência de limites que jamais foi dado por sua mãe e engatilhado pelo abandono afetivo do pai que, somente após o sucesso da filha, retornou a seu convívio.

Aliás, Kapadia revela a tortuosa relação entre Amy e Mitch Winehouse, seu pai, que é acusado, por uma legião de fans, de ter gravemente cooperado para a morte de sua própria filha. Esse é apenas um dos elementos surpreendentes na história de Amy.

O diretor utilizou o tempo como seu aliado. Usou a cronologia como importante elemento na vida de Amy, na medida em que tanto as coisas boas, quanto as ruins, aconteceram de forma muito rápida na vida da artista. A verdade é que Amy era intensa e vivia como se não houvesse amanhã. A passagem cronológica do filme pega o espectador de surpresa porque revela a vã e esforçada tentativa de Amy de conciliar os compromissos assumidos por seus agentes em seu nome e o contínuo uso de substâncias entorpecentes.

Seu relacionamento extremamente conturbado com o ex-marido Blake Fielder-Civil, acusado de ser, junto com Mitch Winehouse, o responsável por ter apresentado Amy à heroína e ao crack, trouxe, como fruto, uma das mais belas músicas compostas pela artista: Back to Black. Aliás, a gravação em estúdio de Back to Black é extremamente comovente. As filmagens caseiras mostravam a artista claramente afundada pelo uso de drogas, álcool e consumida pela depressão. A vida de Amy era uma triste montanha-russa.

O documentário Amy emociona e nos faz olhar com comoção para a história de vida da artista que morreu precocemente, mas foi capaz de deixar um incrível e inesquecível legado fonográfico. O documentário emociona não apenas pelas imagens fortes da cantora, mas também pela trilha sonora muito bem inserida que fazia a multidão de espectadores se emocionar e cantar. Amy, assim, é um filme extremamente emocionante e que marcou como um dos melhores documentários biográficos dos últimos tempos.

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