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“La La Land” é favorito ao Oscar, mas divide opiniões. Qual seu lado?

O musical tem atraído tanto elogios rasgados quanto críticas que problematizam o filme

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Paris Filmes/Divulgação
la la land, filme
1 de 1 la la land, filme - Foto: Paris Filmes/Divulgação

A poucos dias do Oscar 2017, tudo parece indicar que “La La Land – Cantando Estações” (leia crítica) vai mesmo faturar a estatueta. Premiação dourada à parte, o musical estrelado por Emma Stone e Ryan Gosling tem gerado um intenso debate entre críticos de cinema e espectadores. Ao que parece, há quem ame e odeie “La La Land”.

Quem ama vê no filme um elogio ao escapismo e um romance entre dois sonhadores de carne e osso, com virtudes e defeitos. Quem odeia prefere a via da problematização: os personagens são arrogantes, o jazz é “salvo” por um homem branco e as dancinhas e musiquinhas não têm nada de mais.

Seja você um lover ou hater, não se contente em olhar para apenas um lado das coisas. O IMDB, principal fonte de dados sobre cinema, mostra que todos amam: o filme ocupa a 55ª posição no voto dos usuários. Mas quem conhece esse ranking sabe o quanto ele é discutível.

Os sites agregadores de críticas também não ajudam. O Metacritic mostra aprovação com placar de 93, enquanto o Rotten Tomatoes indica 307 opiniões positivas contra 22 negativas. Se você andou olhando as redes sociais, já deve ter percebido que “La La Land” não é essa unanimidade toda.

Mas, por um momento, vamos deixar os nervos de lado e tentar entender a polarização em torno do filme. E a melhor maneira de fazer isso é conhecer opiniões contrárias à sua.

QUEM AMA

“Ele (Damien Chazelle, o diretor) sabe que o cinema por si só é capaz de nos levar por esse redemoinho da psique humana. E ele usa as ferramentas do meio – a cor como pintura, a face e o corpo humano como superfícies que se movem, o ritmo da montagem como um instrumento de percussão – com uma artesania tão bem cuidada e com um entusiasmo tão evidente que você mal pode sentir o chão sob os seus pés nos últimos 15 minutos de ‘La La Land'”.

Dana Stevens, no “Slate”

“‘La La Land’ é tanto uma carta de amor para essa estonteante e mágica cidade (Los Angeles) quanto uma ode à ideia do quase-romance em toda a sua cortante doçura. É um filme com o potencial de nos tornar todos românticos. Tudo que temos que fazer é nos jogar nos braços dele”.

Stephanie Zacharek, na “Time”

“Na primeira vez que você assiste, nos primeiros 90 minutos, você pode ter o seu encanto obscurecido pelo ceticismo. Aonde isso vai chegar? Esse cara (Chazelle) vai conseguir terminar bem? Esses jovens vão ter sucesso no que querem? Devemos nos importar? No fim, essas questões desaparecem com um feitiço encantador”.

A.O. Scott, no “New York Times”

QUEM ODEIA

“A história que ‘La La Land’ quer contar é sobre o jazz como um afrodisíaco, uma rebelião, um entusiasmo. Mas, em geral, o filme vê o jazz como uma paixão onanista para homens brancos, algo que os impede ver as coisas para além das pontas dos dedos”.

Jon Caramanica, no “New York Times”

“A noção de Damien Chazelle de poder artístico não é inseparável da sua noção de força de vontade. É a própria encarnação disso. Para ele, qualidade musical significa soar mais alto e mais rápido. Chazelle se esforça para impressionar, surpreender, brilhar. Mas não para inspirar. Suas ideias musicais e sensibilidade visual não se sobressaem na superfície e nem na substância, nem mesmo nas ações ou nas imagens. Elas encerram a imaginação em vez de abri-la”.

Richard Brody, na “New Yorker”

“‘La La Land’ não é, no fim da contas, tão diferente de ‘Whiplash’, apesar das diferenças tonais. Acima de tudo, a visão que esses filmes pintam sobre a vida artística é masculina. Nos longas de Damien Chazelle, os homens têm o poder. E eles conseguem (quase) tudo que querem: Guy consegue Madeline (‘Guy and Madeline on a Park Bench’), Andrew (‘Whiplash’) consegue a excelência (e Fletcher) e Sebastian (‘La La Land’) consegue o seu clube de jazz (mas não Mia). E as mulheres? Tudo que elas podem fazer é escutar (os homens)”.

Morgan Leigh Davies, no “Los Angeles Review of Books”

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