Memorial dos Povos Indígenas reconta em mostra sua própria história
Com curadoria de Bené Fonteles, a exposição, em cartaz até 30/6, reúne cerca de 150 obras, de artistas como Ailton Krenak, Ernesto Neto e Elyezer Szturm
atualizado
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Inaugurada no Dia do Índio (19/4), uma mostra reúne no Memorial dos Povos Indígenas cerca de 150 trabalhos de artistas indígenas e não indígenas que recontam a história do próprio Memorial — na década de 1980, quase transformado no Museu de Arte Moderna da capital.
“Fiz uma provocação, pois foi uma luta que tivemos para devolver o Memorial aos indígenas. Convidei artistas e eles fizeram obras com o acervo do museu e ficou muito interessante. Trouxemos a arte do índio também, adornos, tacapes, e não só artesanato. Tem objetos indígenas que são de uso em rituais, outros cotidianos”, conta o artista plástico Bené Fonteles, curador da mostra.
Instalações, esculturas, vídeos, pinturas, desenhos, objetos, documentos e recortes de jornais compõem a exposição. São obras assinadas por artistas como Ailton Krenak, André Vallias, André Santângelo, Ernesto Neto, Elyezer Szturm, Daiara Tukano, Flávia Carvalhinho, Glênio Lima, Luiz Gallina, Marcos Bentes e Rômulo Andrade, além de vídeos realizados nas aldeias.
Para Bené Fonteles, parte da sociedade brasileira quer tornar os indígenas invisíveis. Por esse motivo, ele ressalta a importância de se valorizar a arte feita por aqueles que são os guardiões das florestas e que influenciaram significativa a cultura brasileira.
“A arte indígena é do mais alto nível em qualidade estética e tem uma influência enorme na nossa cultura. É impressionante a influência indígena na arte brasileira, na música, nos costumes, no linguajar. Essa história a gente precisa reconhecer e não exterminar”, afirma Fonteles.
Até 30/6. Terça a sexta, das 9h às 17h. No Memorial dos Povos Indígenas (Eixo Monumental, Praça do Buriti). Entrada franca. Classificação indicativa livre.