Motorista de Uber detido no Aeroporto JK: “Ninguém aqui é vagabundo”

Preso durante uma confusão com PMs no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek na tarde desta quarta-feira (18/1), o motorista de Uber Rodrigo Sampaio, 27 anos, assinou um termo circunstanciado e foi liberado. A princípio, ele vai responder por desacato, crime cuja pena prevista vai de seis meses a dois anos de detenção, mais multa.

Depois de prestar depoimento na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Rodrigo reproduziu a versão dos colegas, de que estão sendo perseguidos pelos policiais na área do aeroporto. “Sofremos perseguição. Eles (policiais) só multam os motoristas do Uber. Aqui ninguém é vagabundo. Estamos trabalhando e ganhando nosso dinheiro honestamente”, disse ao Metrópoles.

A confusão no aeroporto começou depois que o Batalhão de Trânsito da PM começou a multar os condutores de Uber. “Neste momento, eu comecei a filmar a situação. Aí, eles partiram para a agressão. Tentarem me enforcar, jogaram spray de pimenta e alegaram desacato. A partir do momento que começaram a me agredir, eu reagi”, contou Rodrigo.

Os motoristas dizem que foram chamados de “vagabundos” pelos policiais. A PM, por sua vez, garante que os xingamentos partiram dos condutores de Uber. Eles teriam dito: “Sai daqui seus pau no cu (sic)”. Segundo a corporação, o problema é que os trabalhadores vinculados ao aplicativo estão “privatizando” o estacionamento do terminal de cargas, que fica perto do aeroporto.

“Além de parar nas vagas, eles estacionam na maioria das vezes irregularmente, atrapalhando o trânsito ou impedindo a fluidez. A polícia está fazendo seu trabalho, mesmo que sofrendo ameaças. Uma policial feminina foi ameaçada pelo Facebook por conta das notificações”, disse o major Michello Bueno, porta-voz da PM.

Depois de acompanhar o motorista preso no aeroporto, pelo menos 40 condutores do Uber seguiram em carreata para o aeroporto. Eles fizeram um buzinaço em protesto contra a situação. “O constrangimento foi grande. Nunca tinha passado por essa situação. Dois policiais montaram em mim como se eu fosse um bandido. Isso é abuso de autoridade”, ressaltou Rodrigo, que trabalha há cinco meses com o Uber.

Confira vídeos da confusão: