Pesquisa mostra o perfil dos ciclistas do DF: 81,6% usam a bike para ir ao trabalho e 76,9%, para ir à escola ou à faculdade
Estudo de ONG revela a importância das bikes na rotina da capital federal e reforça a necessidade de ampliar ciclovias e investir na segurança de quem faz do pedal um companheiro diário, seja para pegar no batente, estudar ou se divertir
atualizado
Compartilhar notícia
Uma pesquisa nacional elaborada pela ONG Transporte Ativo traçou o perfil de ciclistas no Distrito Federal e 10 capitais brasileiras. O levantamento aponta que, no DF, 81,6% dos ciclistas usam a bicicleta para ir ao trabalho e 76,9% para ir à escola ou á faculdade. Esse é o maior percentual nacional. O lazer tem papel preponderante: 82,3% usam o camelo para se divertir.
O ciclista brasiliense, ainda de acordo com a pesquisa, é, em sua maioria, composta por homens, tem entre 25 e 34 anos, pedala cinco dias por semana, leva entre 10 a 30 minutos em suas viagens e ganha até dois salários mínimos. Para 36,5% deles, a rapidez e a praticidade são as maiores motivações para continuar pedalando. Porém, a falta de estrutura na capital se destaca como principal problema.
Entre São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife,Manaus, Aracaju e Niterói, os ciclistas do DF despontam (52,2%) como aqueles que combinam a bicicleta com outro meio de transporte. A associação de bicicleta e metrô, por exemplo, é predominante na região de Águas Claras, famosa pelas vias com trânsito intenso nos horários de pico.
Águas Claras
O trajeto de Águas Claras para a área central de Brasília, onde está a maior a concentração de empregos da capital, apresenta um pico de movimentação de ciclistas na estação Arniqueiras entre 6h e 9h nos dias úteis. As informações foram levantadas pela ONG Rodas da Paz. Na região administrativa, também predominam ciclistas homens com idade entre 18 e 40 anos.
Ciclovias
As ciclovias são apontadas como principal problema para os ciclistas que circulam na capital. O projeto para melhorar e ampliar as vias ainda está no papel.
Quem usa a bicicleta garante que os trechos exclusivos não levam a lugar algum e que são obrigados a dividir espaço com os carros nas pistas.
É possível constatar esse problema no Setor Comercial ou da Asa Sul para a Asa Norte, onde os caminhos são interrompidos sem nenhuma lógica
Renata Florentino, coordenadora-geral da ONG Rodas da Paz
Diagnóstico
A Secretaria de Mobilidade (Semob) afirma que toda malha cicloviária do DF está sendo revista com a ajuda de ciclistas e grupos de pedal. O objetivo, segundo a pasta, é fazer um diagnóstico para manutenção e/ou construção de novas vias, de acordo com a necessidade de quem pedala.
Atualmente, a extensão da malha cicloviária está estimada em 411km, entre os trechos já concluídos e os que ainda estão em construção. A Semob destaca que a meta é estender as vias especiais por todo Distrito Federal e atingir, em quatro anos, 649km em ciclovias e ciclofaixas disponibilizadas à sociedade, de forma a integrar a bicicleta com os outros meios transportes.
Mortes
A preocupação com a segurança se justifica pelo número de acidentes fatais envolvendo ciclistas nas vias urbanas do Distrito Federal, que estão cada vez mais frequentes. Entre janeiro e agosto, 15 brasilienses perderam a vida enquanto pedalavam. São quase duas mortes por mês. O número já supera os nove registros em todo o ano passado.
Confira a íntegra da pesquisa: