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Servidores ameaçam greve geral se GDF não pagar reajustes em outubro

Incerteza da própria equipe econômica de Rollemberg tem causado alvoroço entre os sindicatos, que discutem paralisação. Na segunda-feira (11/7), CUT-DF se reúne com representantes do funcionalismo para definir ações. Funcionários do Metrô-DF e da Caesb já estão de braços cruzados

atualizado

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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A equipe econômica de Rodrigo Rollemberg (PSB) corre contra o tempo para desarmar uma bomba-relógio que tem data para explodir. Em outubro, os servidores públicos esperam receber o reajuste salarial que deveria ter sido incorporado aos vencimentos ainda em 2015, mas acabou adiado por falta de recursos. No entanto, o Executivo vislumbra a possibilidade de não conseguir honrar o compromisso e, de quebra, voltar a atrasar o pagamento do 13º. O assunto já está na pauta de dezenas de categorias, e as discussões sobre uma nova onda de greves começam a ganhar corpo. Sindicatos falam em “revide” caso haja “calote”.

O temor do Buriti é se ver novamente na situação de outubro do ano passado, quando mais de 30 categorias cruzaram os braços e praticamente paralisaram os serviços públicos no DF. Nesta segunda-feira (11/7), a Central Única dos Trabalhadores local (CUT-DF) convocará representantes do funcionalismo para discutir a situação. “Nós estamos reunindo os sindicatos para lutar por nossos direitos. O trabalhador não tem responsabilidade pela crise”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. Servidores da saúde já anunciaram que, se o dinheiro não cair na conta, no sexto dia útil de outubro haverá greve.

Atualmente, o governo negocia com representantes de servidores de duas empresas públicas: a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), que está paralisada desde maio, e o Metrô-DF, iniciada em 14 de junho.

Embora, no discurso oficial, o GDF afirme que não haja problemas, nos bastidores, integrantes do primeiro escalão distrital e técnicos do Buriti admitem que a situação é preocupante. “Não há dinheiro suficiente. Para aplicar os reajustes, será necessária muita boa vontade do governador. Se ele pagar, haverá uma sequência de atrasos no pagamento do 13º, de pecúnias e até mesmo de fornecedores do GDF”, alertou um técnico da Secretaria de Fazenda.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Direta do DF (Sindireta), Ibrahim Yusef, na semana passada, em reunião com sindicalistas, o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, informou que o GDF pode ter dificuldades para pagar o 13º dos servidores que fazem aniversário em julho, e que devem receber o benefício em agosto.

A assessoria da Secretaria de Fazenda afirma que os problemas com pagamentos vêm sendo avisados desde o ano passado e que a declaração do secretário foi apenas um “alerta”. Ainda segundo a pasta, o real cenário só será conhecido próximo à data do pagamento, pois depende de como será a arrecadação até lá.

Mobilização
Enquanto a situação não se define, o clima esquenta. O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde) promoveu, nas últimas semanas, 12 assembleias regionais nos hospitais do Distrito Federal e uma assembleia geral em 22 de junho para definir o que será feito em caso de o GDF não pagar o reajuste.

Os servidores da Saúde deliberaram pela greve caso o governo não honre com o compromisso assumido pelo governador, de pagar os reajustes em outubro. Ou seja: não pagou, parou. Já estamos com a greve marcada para o sexto dia útil de outubro

Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde

O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Direta do DF (Sindireta), Ibrahim Yusef, afirma que a intenção é fazer, em outubro, um movimento unificado com outras entidades. “Se, em setembro, o governo não apresentar a tabela com os novos salários, que impactam outubro, vamos paralisar. Não estamos sendo radicais, estamos esperando por algo que está acertado desde 2012”, declarou Yusef.

O sindicalista lembra ainda que, ao sancionar o reajuste dos servidores da Câmara Legislativa e do TCDF no último dia 5, Rollemberg aumentou a pressão sobre o GDF. Segundo o dirigente sindical, não há como justificar o eventual não pagamento para as demais categorias. “A equipe econômica do governador tem que nos convencer dos números que eles nos apresentam.”

Adiamento
O reajuste salarial foi aprovado ainda durante a gestão de Agnelo Queiroz (PT) no comando do GDF e deveria ter sido pago em três parcelas. Alegando não ter dinheiro em caixa, Rollemberg disse, em outubro do ano passado, que só poderia iniciar o pagamento em maio de 2016. Poucas semanas depois, se comprometeu a honrar o compromisso apenas em outubro deste ano.

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